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Júlia Rebouças fala sobre Sertão: 36º Panorama de Arte Brasileira do Mam (Foto: Paula Alzugaray)
Postado em 02/04/2019 - 11:56
36º Panorama da Arte Brasileira divulga lista de artistas
A edição que comemora 50 anos da exposição tem como título e conceito Sertão. A curadoria é de Júlia Rebouças
Luana Fortes

A nova edição do Panorama da Arte Brasileira do Mam SP comemora 50 anos de existência da exposição e tem como curadora Júlia Rebouças, nascida na capital de Sergipe, Aracaju. A acontecer em 17 de agosto, a mostra traz como título e conceito a palavra sertão. Para iniciar sua fala para jornalistas sobre o próximo Panorama, Rebouças mostrou os resultados de uma singela pesquisa no Google sobre sertão. Não surpreendeu a ninguém que a primeira definição do site foi a da Wikipédia, a respeito do sertão nordestino, acompanhada de imagens genéricas de paisagens de lugares semiáridos. “Se o imaginário de um certo senso comum trata o sertão como vazio, aridez, aspereza ou indigência, a ele confrontam-se as acepções de vitalidade, força, resistência, experimentação e criação, gestadas a partir de uma ordem de saberes e práticas que desafia o projeto colonial e suas reiteradas tentativas de submissão”, diz a curadora. É desse sertão resiliente que trata o 36º Panorama da Arte Brasileira.

A grande exposição do Mam SP foi criada em 1969, poucos anos após a controversa decisão do fundador do museu Ciccilo Matarazzo de vender seu acervo pessoal – que se confundia com o do Mam – à Universidade de São Paulo. A idealização do Panorama foi uma tentativa de iniciar a recomposição do acervo do museu e também de empreender hipóteses sobre o que seria uma arte brasileira. As respostas elaboradas por Júlia Rebouças são bastante distintas daquelas concebidas pelos curadores que a precederam. Suas hipóteses baseiam-se na multiplicidade, no Brasil como plural, nos Brasis que produzem arte hoje.

“O Panorama é uma exposição que fez parte da formação de todos que circularam no Sudeste nos últimos anos”, afirma a curadora. Em sua 36ª edição, a exposição traz a esse Sudeste artistas majoritariamente de outras regiões. Dos 29 artistas escolhidos para o Panorama, apenas seis são de São Paulo ou Rio de Janeiro. Rebouças também nitidamente pensou em diversidade de linguagens, de gênero e de etnias. A promessa é que a exposição traga o melhor da cultura de resistência do país.

Confira abaixo a lista de artistas do 36º Panorama da Arte Brasileira do Mam SP:

Ana Lira (Caruaru – PE)
Ana Pi (Belo Horizonte – MG)
Ana Vaz (Brasília – DF)
Antonio Obá (Ceilândia- DF)
Coletivo Fulni-ô de Cinema (Águas Belas – PE)
Cristiano Lenhardt (Itaara – RS)
Dalton Paula (Brasília – DF)
Daniel Albuquerque (Rio de Janeiro – RJ)
Desali (Contagem – MG)
Gabi Bresola & Mariana Berta (Joaçaba – SC/ Peritiba – SC)
Gê Viana (Santa Luiza – MA)
Gervane de Paula (Cuiabá – MT)
Lise Lobato (Belém – PA)
Luciana Magno (Belém – PA)
Mabe Bethônico (Belo Horizonte – MG)
Mariana de Matos (Governador Valadares – MG)
Maxim Malhado (Ibicaraí – BA)
Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro – RJ)
Michel Zózimo (Santa Maria – RS)
Paul Setúbal (Aparecida de Goiânia – GO)
Radio Yandê (Rio de Janeiro – RJ)
Randolpho Lamonier (Contagem – MG)
Raphael Escobar (São Paulo – SP)
Raquel Versieux (Belo Horizonte – MG)
Regina Parra (São Paulo – SP)
Rosa Luz (Gama – DF)
Santídio Pereira (Curral Comprido – PI)
Vânia Medeiros (Salvador – BA)
Vulcanica PokaRopa (Presidente Bernardes – SP)