_{Artista argentina companheira de Warhol, Oiticica e Dalí é celebrada com exposição panorâmica em São Paulo}

Legenda: Imagem de “Payment of the Argentine Foreign Debt to Andy Warhol with Corn” (1985)

Ela tem os cabelos clareados, como os de Andy Warhol, seu amigo e parceiro de aventuras estéticas, como comprova a obra “Payment of the Argentine Foreign Debt to Andy Warhol with Corn”, de 1985, fotografia na qual os dois aparecem sentados sobre um montículo de milho. Mas a artista argentina Marta Minujin tinha outros amigos deveras interessantes, como o pintor estadunidense Allan Kaprow e o alemão Wolf Vostell, artista integrante do notório grupo Fluxus. Como se vê, Marta tem um apreço especial pelo trabalho em equipe e por propostas de colaboração global, sinal inegável de seu vanguardismo.

No início dos anos sessenta realizou em Paris a performance “La destruccíon”, um exemplo perfeito de happening, quando essa forma de expressão ainda era vista com suspeição pelos críticos de arte (o primeiro aconteceu em 1957 e foi perpetrado pelo próprio Kaprow). Nessa de Paris, Marta convidou artistas, entre eles Alejandro Otero e Christo, para queimar e destruir seus trabalhos expostos.

A produção de Marta é vasta. De 10 de setembro a 26 de outubro São Paulo terá a chance de conhecer melhor o trabalho dessa grande artista argentina, graças a uma iniciativa da Galeria Pilar, que comemora dois anos de atividades. A mostra tem curadoria do argentino Rodrigo Alonso e reúne obras que cobrem desde instalações dos anos 1960 até trabalhos mais recentes.

Apesar de alguns trabalhos serem classificados como “arte efêmera”, há na exposição vários croquis e documentação de instalações históricas, como os registros da ação “Repollos”, realizada em 1977 no MAC USP. Nessa performance, vinte artistas cantam palavras de ordem sobre uma área quadrada formada por repolhos, exemplo do que a artista chamava de “arte agrícola”.

Serviço

Abertura: 10 de setembro de 2013, às 19h

Galeria Pilar | R. Barão de Tatuí, 389, tel. (11) 3661-7119