Artistas, curadores, orientadores de público, produtores e assistentes de artistas, entre outras tantas ocupações no setor das artes visuais integram o grupo de trabalhadores da chamada economia criativa, com condições laborais, portanto, inseridos em uma lógica de mercado. A constatação da dimensão econômica da área cultural coloca as artes no grande balaio das indústrias geradoras de propriedade intelectual, ao lado de setores como arquitetura, atividades artesanais, design, editorial, moda, museus e patrimônio, música, publicidade e serviços empresariais. Em 2022, o valor líquido de exportações no setor das artes visuais foi de US$ 205,81 milhões.

No livro Trabalhadores da Cultura (Brazil Publishing, 2020), a pesquisadora Amanda Patrycia Coutinho Cerqueira promove uma visualização dos dados que alçaram a Economia Criativa a um potente motor da economia global. Entre os documentos citados está o Relatório da Economia Criativa (2010), fruto da parceria de diversas instituições mundiais, entre as quais o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização das Nações Unidas (ONU). Publicado há 15 anos, o relatório que destacou a importância da área na economia global – conferindo-lhe responsabilidade por 10% do PIB mundial e uma taxa de crescimento médio anual de 14% – ganha análise da autora, que questiona a ausência de enfoque às condições de trabalho do “artista criativo”, aquele que é, afinal, a “extremidade originadora da cadeia de valor”.

Recentemente, o Painel de Dados do Observatório do Itaú Cultural, publicado em outubro de 2023, preencheu boa parte das lacunas de informação sobre os protagonistas da cadeia de valor na Economia Criativa brasileira. A plataforma cruza uma diversidade de dados federais para estabelecer os números em séries histórias que vão desde 2012 até o segundo trimestre de 2023. Esta é a fonte dos infográficos realizados nesta edição da seção Mundo Codificado.