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Aracá, AM/ Surucucus, RR (1983), sobreposição acidental de duas imagens é descoberta nos arquivos de Claudia Andujar (Foto: Cortesia da Artista)
Postado em 16/06/2021 - 12:39
Agenda do fim do mundo (16 a 23/6/2021)
As galerias brasileiras na Viewing Room da Art Basel, Programa Ool na Casa-Escola e outros destaques da semana
Da redação

“A emancipação, por sua vez, começa quando se questiona a oposição entre o olhar e o agir, quando se compreende que as evidências que assim estruturam as relações do dizer, do ver e do fazer pertencem à estrutura de dominação e da sujeição. Começa quando se compreende que olhar é também uma ação que confirma ou que transforma essa distribuição de posições.”
Jacques Rancière em O Espectador Emancipado

ONLINE
Galerias brasileiras no Art Basel OVR
Intitulado Portals, o Art Basel OVR terá como foco práticas de artistas que questionam os parâmetros de nossa condição contemporânea. Das 303 galerias que participam da feira, 6 são brasileiras e participantes do projeto Latitude. A Gentil Carioca traz como tema o Tempo e apresenta obras dos artistas João Modé, Laura Lima e Rodrigo Torres. A Central Galeria apresenta um projeto solo de Lourival Cuquinha. A Galeria Leme apresenta trabalhos de Sandra Gamarra, Jaime Lauriano e Flávio Cerqueira, questionando conceitos hegemônicos. A Galeria Luisa Strina apresenta os artistas Jorge Macchi, Magdalena Jitrik, Marcius Galan e Renata Lucas, discutindo a estrutura do espaço-tempo atual. A Galeria Vermelho traz um projeto solo da artista Claudia Andujar sobre os povos indígenas Yanomami. Por fim, a Mendes Wood DM apresenta novas obras do artista franco-argelino Neïl Beloufa, que desconstrói a linha tênue entre as realidades digital e física. De 16 a 19 de junho.

Casa que abriga a coleção Yunes, construída em 1935 pelo arquiteto Jacques Pilon (1905-1962), (Foto: Reprodução)

B&C Club convida Yunes Family, Marc Pottier e Palais de Tokyo
Dirigido por Anne-Pierre d’Albis-Ganem, o clube B&C reúne amantes das artes, da cultura, colecionadores e amigos para eventos de diferentes formatos como exposições, visitas, conversas e conferências, sempre acompanhados por conhecedores de diferentes temas. Essa semana a conversa será sobre o legado cultural da família Yunes. Uma odisséia de três gerações de mulheres que gerenciam uma coleção enciclopédica construindo projetos a partir de processos dinâmicos. O encontro será pelo Zoom, no dia 17/6 às 14h.

Ool (Foto: Divulgação)

Ool na CASA-ESCOLA, da Casa do Povo
Quais os significados da coletividade hoje e como praticá-la? Desenvolvido pela artista Luiza Crosman o programa Ool irá explorar formatos poéticos e pragmáticos de ação, compreendendo tanto propostas de ações ativistas quanto a criação de novas ficções. O nome Ool é inspirado em um personagem do texto “A Teoria da ficção como sacola”, da escritora Ursula Le Guin, que busca repensar a forma pela qual narramos nossas histórias coletivas. Os participantes terão acesso ao conteúdo online e também serão incentivados a contribuir com o currículo do programa. O programa se divide em dois grupos, cada qual com duração de 5 meses e com a participação de três tutores que acompanharão os processos. Ao todo serão 10 oficinas com convidados nacionais e internacionais entre agosto de 2021 e junho de 2022. Convocatória aberta até 28 de junho.

se o apedrejado fosse você? #1, de Jaime Lauriano (Foto: Divulgação)

Racialidade, Diversidade e Dissidências
Com discussões e reflexões sobre a condição que perpassa a sobrevivência da população racializada e dissidente na América Latina, o curso da Curatoria Forense tem como foco o Brasil, mas amplia o diálogo para outros locais das Américas Central e Sul. Serão discutidos casos onde as intersecções entre arte e resistência de(s)colonial são evidentes e compõem parte central da análise dos discursos. As artes serão, sempre que possível, o fio condutor e debate central dos encontros, onde serão tratadas como fonte primária visual. Os conteúdos da unidade curricular serão abordados numa perspetiva crítica, propositiva, associativa e didática. O curso acontece de Julho até setembro de 2021. Inscrições abertas.

Belas, Recatadas e Do Lar (2019), de Rodrigo Mogiz (Foto: Divulgação)

Aqueles (In)visíveis, de Rodrigo Mogiz
A exposição é composta de 19 obras, entre bordados, camisas com cores e ornamentações contemporâneas e fotografias que retratam pessoas LGBTQIA+. As fotos são trabalhadas pelo artista a partir de intervenções poéticas, que contam histórias imaginárias das pessoas retratadas e refletem sobre as relações entre palavra e imagem e propõem um olhar para a questão da visibilidade ou invisibilidade das diversidades afetivas e identidades sexuais e de gênero. Durante o período expositivo, também serão disponibilizadas visitas virtuais, com mediação ao vivo do Programa Educativo da Casa Fiat. Em cartaz nas plataformas digitais da Casa Fiat de Cultura até 4/7. Inscrições gratuitas.

Ressurgência, Luiz Bhering (Foto: Divulgação)

EXPOSIÇÕES
Ressurgência no MAC
Como um convite para dar a volta por cima e a respirar novos ares, o Museu de Arte Contemporânea Niterói (MAC) inaugura a mostra do Entreartes – Coletivo de Arte. Na mostra, os fotógrafos Luiz Bhering, Pedro Vasquez e Renato Moreth, além do arquiteto Mario Costa Santos, responsável pelo projeto cenográfico do espaço, abordam a natureza contraditória do mar, enfatizando retratos e a arquitetura do próprio museu. “O nome da exposição remete tanto ao significado de Niterói como também ao próprio fenômeno da ressurgência, que faz brotar das profundezas o alimento em forma de potência criativa que vemos emergir na obra dos artistas. A cada um foi apresentado o desafio de traduzir, a partir de sua poética, o sentido de renovação e de realimentação do que esperamos seja um momento de recomposição da cidade e de seus valores”, afirma a curadora, Ana Shieck. Até 18/7, no MAC Niterói.

Assembleia, o tropicalista (Foto: Fernando Willadino/ Divulgação)

Assembleia, do estúdio O Tropicalista
Instalação que inaugura o Jardim Remoto, espaço expositivo a céu aberto da nova sede do coletivo NaCasa em Florianópolis, a partir de um círculo povoado por esculturas de plantas vivas. Estes mundos singulares cultivados pelos artistas convidam a sentar e exercitar a atenção na existência ao redor. “Segurar a reatividade de expressar verbalmente sentenças em ondas. Procurar o silêncio não forjado em absoluto. Há sons que circundam o tempo todo, abafados pelos ruídos dos maquinários, vozes sorrateiras internas, o tic-tac regular que suspende a respiração. Assembleia é sobre dar voz a todas as coisas, estabelecer um parlamento que produza simetria entre entes bióticos e abióticos. Convocar uma reunião para discutir e deliberar sobre o que deveria ser nosso maior interesse comum. É sobre escutar os sussurros, as falas, os cantos e os clamores por reviravoltas epistemológicas, ontológicas e políticas”, explicam Marcelo Fialho e Marco D. Julio, que formam o duo O Tropicalista. Agendamento para visitas pelo número (48) 9641-3980 (Anna Moraes).