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Amazon Facades #25 (2021), de Luiz Braga
Postado em 02/02/2022 - 5:09
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (2 a 9/2)
De NFT’s ao espetáculo de dança da Cia. Sansacroma: não perca os destaques da semana
Da Redação

As mulheres foram as incansáveis defensoras das culturas comunais que a colonização europeia tentou destruir. Não surpreendentemente, nos séculos XVI e XVII, aconteceram os ataques mais violentos da história do mundo contra as mulheres: a perseguição de mulheres como bruxas.Trecho de O Feminismo e a Política dos Comuns, em Pensamento Feminista – Conceitos Fundamentais 

Leme NFT
A Galeria Leme apresenta, pela primeira vez, seu acervo de arte digital em NFT. Com obras de artistas contemporâneos como Eduardo Kac, Gustavo Von Ha, João Angelini, Luiz Braga, José Carlos Martinat e Zilvinas Kempinas, a mostra online e também na galeria busca dar visibilidade à produção de arte digital e fortalecer este setor no Brasil. “O intuito é abrir nosso acervo de arte digital para aproximar o público desta produção. Ao mesmo tempo, queremos mostrar como elas podem ser exibidas de diversas maneiras”, afirma Franco Leme, idealizador da iniciativa. Destaque para Lagoogleglyph2 (2015), do veterano Kac, que inscreve lagoglyphs em cenários urbanos, possíveis de visualizar através de imagens de satélite via Google Earth. O título do trabalho vem da junção do prefixo ”lago”, de lagomorfos, termo da biologia que classifica a ordem de pequenos mamíferos herbívoros, com google, referência à empresa digital, e glyph, que remete a um caractere, símbolo, ou desenho gravado. Até sábado, 5/2.

Ladrillo Invención I (2022), de Max Gómez Canle (Foto: Divulgação)

ABERTURAS
Fuera de Lugar, de Max Gómez Canle
Com curadoria de Natalia Malamute e Violeta Mollo, a exposição reúne pinturas do artista argentino, que trabalha a contradição da paisagem com a geometria. “As pinturas de Canle produzem uma experiência similar ao perceber um glitch em um videogame: um sistema com bom funcionamento começa a detonar pequenos indicadores, piscadas não previstas que te descolocam. […] O artista tem a habilidade de construir espaços de curiosidade e intriga por onde gostaríamos de passear. Suas paisagens nos introduzem em lugares onde existem tijolos que constroem céus.”, escreve Malamute no texto curatorial. Abertura 5/2, das 11h às 17h, na Casa Triângulo. Entrada gratuita.

(Foto: Divulgação)

Primeiro Encontro, Último Encontro, de Simon Fernandes
Com abertura em 10/2, a mostra acontece ao mesmo tempo em dois lugares, na web e na galeria Refresco, no Rio de Janeiro. O projeto da exposição teve início em 2019, como uma expansão dos estudos do artista cearense em linguagem computacional, além da vontade de experimentar volumes, texturas, espaço e fenômenos sociais no ambiente digital. Fernandes usa diferentes mídias, como a arte sonora, a escultura e a linguagem computacional, para articular disjunções e conexões entre espaço, materialidade e consumo no contexto do capitalismo contemporâneo. Na web, o visitante passeia por uma vídeo-instalação com 12 salas, enquanto, na galeria física, a experiência de navegação é modificada, estabelecendo um vínculo com o espaço expositivo com uma série de esculturas feitas com componentes de telas de LCD quebradas. Curadoria e texto crítico de Daniela Avellar.

Passageiro (2021), de Thais Basilio (Foto: Thais Monteiro / Divulgação)

Saravá
Com obras de 39 artistas, como Amador Jr. & Segurança Patrimonial Ltda., Caroline Valansi, Dandara Hahn, Joyce Candeia, Ramo Negro, Zé Tepedino, entre outros, a Anita Schwartz inaugura hoje a mostra resultante de chamada aberta. Entre pinturas, desenhos, objetos, instalações e vídeos, artistas de diferentes cidades do Brasil e do exterior apresentam seus trabalhos e, em sua maioria, participam pela primeira vez de uma exposição em uma galeria de arte. 

Tiê Sangue (2021), de Gaya Rachel (Foto: Pat Kilgore / Divulgação)

Isso Passa, de Gaya Rachel
“O título é originário de duas aquarelas realizadas em 2019 que abordam a efemeridade da vida”, conta Rachel. Em sua primeira individual em São Paulo, sediada pela Marli Matsumoto Arte Contemporânea, a artista apresenta conjunto de pinturas, monotipias e desenhos, realizados entre 2018 e 2021, abordando três reinos biológicos: o mineral, o vegetal e o animal. Curadoria de Catherine Bompuis. Ainda, no âmbito do Projeto Estante da galeria, o Projeto Vênus mostra desenhos e pinturas de Camile Sproesser, criados especialmente para ilustrar a nova edição do livro Macunaíma, de Mário de Andrade. O lançamento, pela Editora Antofágica, acontece no mesmo dia da abertura, em 12/2.

(Foto: Divulgação)

EM CARTAZ
Violência em Preto e Branco, de Alvo
Abrindo as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a instalação do artista paulistano busca conduzir o visitante a uma experiência audiovisual imersiva, dando atenção à questão da violência no Brasil. “Nunca foi tão urgente e necessário revisitar o lar e rever padrões, pois a violência doméstica no Brasil aumenta de forma exponencial todos os dias, sobretudo após o longo período de isolamento imposto pela pandemia de Covid-19, atingindo pessoas da infância à vida adulta, tendo vítimas de todos os gêneros, idades, raças e condições socioeconômicas.”, afirma o artista. Para ele, a instalação é um protesto que tem por objetivo sensibilizar e despertar no público valores como respeito, educação, empatia e solidariedade. Em cartaz até sábado, 5/2.

(Foto: Divulgação)

Touch, de Regina Silveira
A instalação site specific da artista paulista, que ocupa a Galeria Hugo França, em Trancoso, traz marcas palmas de mãos recortadas em vinil espalhadas por mais de 200 metros quadrados da galeria, buscando alterar a percepção do espaço e despertar no espectador o questionamento sobre o que está fora de escala: as imagens ou ele mesmo. Até 13/3. 

Santídio Pereira em seu ateliê (Foto: Sofia Colucci / Divulgação)

ONLINE
Live sobre Incisões, Recortes e Encaixes
Parceria inédita entre dois centros culturais de Porto Alegre – Instituto Ling e Fundação Iberê Camargo – resulta em série de encontros com artistas e curadores que estão na programação de exposições da Fundação durante 2022. O piauiense Santídio Pereira inaugura as atividades com uma conversa aberta ao público, online e presencial, nesta quinta-feira, em 3/2, às 19h, com participação do curador de arte Ricardo Sardenberg e da especialista em arte popular Vilma Eid. O artista de 26 anos fala sobre sua primeira individual em um museu, que reúne 22 xilogravuras e offset impressas em papel, em cartaz a partir de 5/2. Inscrições gratuitas pelo site da Instituição.  

Registro de Vala – Corpos Negros e Sobrevida (Foto: Lua Santana)

DANÇA
Vala – Corpos Negros e Sobrevida
Não perca a última apresentação nesta sexta, 4/2, do espetáculo de dança da Cia. Sansacroma, sediado no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Gal Martins, diretora e coreógrafa do evento, inicia o desenvolvimento da peça após uma visita ao Cemitério dos Pretos Novos, no Bairro da Gamboa, Rio de Janeiro.  “É um espetáculo que fala da morte da população negra. A ideia é justamente apresentar ao público que fomos enterrados, mas apesar de tudo, temos sobrevidas. Esse enterro simboliza a tentativa de matar nossa ancestralidade, construindo a ideia do corpo oco a partir da política de violência instalada no país.” R$ 30. Venda online pelo link.