ABERTURAS
Opositores, de Dora Smék e Paul Setúbal
A Central Galeria, em parceria com a Casa Triângulo, apresenta, neste sábado, 1/10, o projeto instalativo da dupla de artistas contemporâneos. Com texto crítico assinado por Benjamin Seroussi, a mostra reflete o momento de crescentes tensões sociais no país a partir de um conjunto de esculturas de bronze e correntes que cruzam todo o espaço da galeria, buscando ampliar o debate a respeito da democracia e das polaridades políticas, éticas e territoriais. A obra que dá título à mostra compreende uma série inédita de esculturas criadas colaborativamente por Smék e Setúbal em 2017. Feitas em bronze a partir dos moldes das mãos dos artistas, elas são unidas e posicionadas como em um jogo infantil – a “guerra de polegares”, cujo objetivo é capturar o polegar do outro usando apenas o próprio polegar.
Com curadoria de Livia Debbane, a primeira individual da artista na Janaina Torres Galeria, a partir deste sábado, 1/10, reúne um conjunto de esculturas inéditas, que exploram a cerâmica como força material e poética. São obras em tamanhos diversos, incluindo duas colunas com mais de três metros, pautando a liberdade e fruição na construção das formas e das diversas possibilidades que o processo da cerâmica possibilita. “Fui arrebatada pela singularidade do trabalho de Juchem, pelas formas imperfeitas, pouco identificáveis e, ao mesmo tempo, tão coloridas. Reconheci de imediato um forte potencial a ser desenvolvido e trabalhado”, escreve a galerista Janaina Torres.
Na véspera da eleição, a Galeria Verve inaugura exposição individual que versa sobre a crise da masculinidade e a ascensão da extrema-direita. Hurtz desdobra sua pesquisa queer em recorte sobre gênero, branquitude, poder, erotismo, armamentismo, política e violência a partir de desenhos, pinturas e obras tridimensionais criadas nos últimos dez anos. “Acredito que estejamos vivendo uma encruzilhada histórica, onde a crise identitária do macho branco conservador levou o país ao retrocesso. Esse modelo de homem não cabe num mundo com pretos, mulheres, LGBT, indígenas, refugiados, pobres, deficientes – ou qualquer corpo precarizado pelo capitalismo – com algum protagonismo e autonomia de decisão sobre os próprios corpos. O movimento por autonomia na base da pirâmide social colocou o topo autoritário em situação de alerta”, diz o artista. A mostra conta com texto crítico de João Silvério Trevisan. Abertura sábado, 1/10, das 12h às 17h.
Dá Caminho: Imagens e Vivências Partilhadas
O Observatório de Favelas, através do Programa Imagens do Povo, apresenta, nos Pilotis do Museu de Arte do Rio, mostra com 30 fotografias de participantes – Ana Bia Novais, Ana Maria Silva, BOS – Lucas Oliveira, Dieggo Lira, Fernanda Pierucci, Jean Barreto, Luciana Alves, Michelle Caitano, Pablo Vergara, Rosana Rodrigues, Rosilene Miliotti, Thainá Iná, Thais Brum, Thanis Parajara e Thomaz José – da Oficina Fotografia de Arte, Obras e Exposições, realizada pelo fotógrafo e artista Wilton Montenegro na Bela Maré. Até 23/10. Entrada gratuita.
Com curadoria de Ana Maria Maia, curadora-chefe da Pinacoteca de São Paulo, o projeto, que ocupa o quarto andar da Pina_ Estação, oferece ao público um panorama da pesquisa do artista alagoano nos últimos 15 anos. Dividida em três salas, cada qual pensada como um núcleo conceitual, a mostra apresenta a produção deste artista que se dedica a construir abordagens e vivências, nas quais o acesso ao outro e às diferenças é motivado pelo desejo e, consequentemente, também carregado de performances do poder, disputas e questões éticas. “A ideia era percorrer momentos diferentes da carreira de Jonathas de Andrade, mas sem necessariamente criar uma cronologia. Pensamos em grandes temas, mas o fio condutor foi entender os aspectos dessas relações que ele propõe com pessoas, com colaboradores, personagens dos trabalhos”, afirma Ana Maria Maia. Até 28/2/2023. Entrada gratuita.
Lima Barreto, ao Terceiro Dia
Amanhã, 29/9, estreia a obra de ficção inspirada na peça homônima de Luís Alberto de Abreu. Dirigido por Luiz Antonio Pilar, o longa aborda os três dias da última internação hospitalar do escritor Lima Barreto, no manicômio D. Pedro II, em 1919, no Rio de Janeiro, após uma crise de alucinação. O roteiro traz o personagem em duas versões: aos 42 anos, interpretado por Luis Miranda, e mais jovem, aos 30, na pele do ator Sidney Santiago Kuanza, fruto da sua memória e alucinações constantes. Durante a narrativa, é possível perceber três momentos distintos: o real, onde Barreto conversa com um doente mental que divide com ele o quarto no hospital; o passado, quando relembra a juventude e a escrita do romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, e, por fim, o momento da ficção, onde os personagens deste mesmo romance ganham vida e são mostrados de forma fantasiosa e caricata. Assista ao trailer pelo link.
Bienal de Arte Digital do FAD
Sob o tema “condições de existência”, a segunda edição do evento, que ocorre em outubro no Oi Futuro (RJ), tem edital aberto até 10/10. Podem participar profissionais maiores de 18 anos de diversas áreas, brasileiros ou estrangeiros, artistas, criadores, produtores ou coletivos artísticos. Em formato híbrido, o Festival de Arte Digital (FAD) prioriza modelos sustentáveis com trabalhos que contemplem áreas artísticas e científicas, no segmento de novas mídias, e tenham como resultado arte e cultura em transversalidade com outros campos do conhecimento. Serão aceitas obras audiovisuais por meio de telas, ecrãs, aplicações em realidade aumentada, realidade virtual, metaversos, além de eventos e ações em modelo virtual, exclusivamente. Confira o edital completo e o formulário de inscrição no site do evento.