Novo olhar sobre a obra de Claudia Andujar é argumento central da exposição retrospectiva da fotógrafa, que tem abertura marcada para 3/4, no Itaú Cultural, em São Paulo. Dois andares do prédio serão tomados pelo trabalho desenvolvido por Andujar, em especial, entre os anos 1960 e 1970, além de uma releitura recente da série O Voo de Watupari (1976). Curada por Eder Chiodetto, a mostra traz mais de 130 obras realizadas ao longo de 6 décadas, desde sua chegada ao Brasil como refugiada do nazismo, até seu vínculo inseparável com a nação Yanomami. “Esta é uma exposição inédita. Tem foco nesse alto grau de experimentação pelo qual ela fez a fotografia passar. Fica claro que, como filha da geração de 68, rebelde e que repensa o mundo, Claudia sente necessidade de recriar a linguagem fotográfica para poder se expressar”, considera Chiodetto, relembrando a importância da experimentação estética de Andujar e sua influência na fotografia como linguagem artística: “Ela precisava que a fotografia atravessasse a superfície do real para representar de forma potente o lado de lá, o não visível. Só conseguiu isso justamente por essa experiência anterior de expansão da linguagem e possibilidades fotográficas” conclui.