Imagine se cada história de vida fosse narrada como a Odisseia, o clássico grego de Homero. É a partir do pressuposto lírico do texto, que a ópera do grupo MEXA se desenrola e conta oito histórias – que habitam na dúvida da verdade e ficção. Em temporada na Casa do Povo, esta é a primeira vez que o grupo formado em 2015 por mães, pessoas negras, trans e LGBTQIA+, artistas da cena e ativistas, faz uma sequência de apresentações na capital paulista. A montagem que bebe da estética dos anos 1990 e da cultura noturna é continuidade da pesquisa do coletivo, em especial, do teatro do real e do teatro documentário. “Queremos com o espetáculo fazer com que histórias e trajetórias dos integrantes do grupo, que não entraram nos grandes registros ocidentais, como a Odisseia, possam se transformar em histórias mitológicas. A criação artística é um modo que encontramos de agir sobre nosso próprio destino e achar brechas nas impossibilidades”, afirma João Turchi, diretor e dramaturgo de POPERÓPERA TRANSATLÂNTICA. As sessões vão até 26/11, de quinta a domingo.