Reunindo espetáculos teatrais, leituras dramáticas, seminário, lançamento de livros, além de residência artística, o evento se desdobra em três espaços em São Paulo: o Sesc Avenida Paulista, Sesc Santo Amaro e Museu das Culturas Indígenas, também com programação online. Solilóquio (Acordei e Bati Minha Cabeça Contra a Parede), de Tiziano Cruz, e Contra Xawara, de Juão Nyn, são os destaques da mostra artística. Com sessões nos dias 7, 8 e 9/7, no Sesc Paulista, Solilóquio põe em cena um show para exorcizar séculos de maus-tratos e invisibilidade, a partir das comunidades indígenas no norte da Argentina, onde Tiziano Cruz cresceu. Inspirado nas memórias de infância do artista e nas 58 cartas enviadas para sua mãe durante o confinamento pela Covid-19, o espetáculo é um manifesto pelo reconhecimento das diferenças e um convite a construir o futuro em vez de esperá-lo. Com apresentações marcadas para os dias 13 e 14/7, no Sesc Santo Amaro, Contra Xawara propõe um escambo entre as agulhas do cocar de Juão Nyn e peças de roupas ou acessórios do público. “Na história do Brasil e da América Latina, indígenas morreram ao primeiro contato com o homem branco, por causa das novas bactérias e vírus. Todo material trocado é primeiro exposto no corpo do performer, em um acúmulo que soterra a imagem do mesmo, mas que continua circulando pelos espaços de diálogo como uma assombração consumista. Para depois ser colocado em uma mesa expositiva, revelando a farsa, para quem quiser pegar de volta seu pertence, desequilibrando mais ainda a dita troca. A performance começa com uma entrada/aparição da figura do performer, mas que logo em seguida se mistura com o público“, informa o texto de apresentação. Xawara é como o povo Yanomami chama uma epidemia.