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Postado em 28/05/2015 - 6:57
Analógico e digital e vice-versa
Esculturas em 3D de obras clássicas da história da arte mostram como alta e baixa tecnologia são mais próximas do que se imagina
Guilherme Kujawski

Após seis meses de trabalho intenso, o artista britânico Mat Collishaw conseguiu um feito: transformar uma obra do pintor flamengo Rubens em uma escultura 3D. Mas isso não é tudo. Após digitalizar cada personagem do quadro Massacre dos Inocentes – o qual retrata o infanticídio ordenado pelo Rei Herodes – Collishaw criou uma escultura animada, se valendo do conceito do Zootropo, um cilindro com ranhuras verticais que, ao ser girado, produz a ilusão de movimento através de uma sucessão rápida de imagens estáticas estampadas na parte interna do tambor. As peças do trabalho de Collishaw são animadas quando a escultura é girada na frente de uma luz estroboscópica sincronizada.

O impressivo resultado final sintetiza com maestria a complexa relação entre analógico e digital, entre arte pré-moderna e contemporânea (media art, no caso). Aqui no Brasil, um dos que estão mergulhados nessa problemática é o artista e designer Marcelo Pasqua. Usando a tecnologia da Wacom, ele realizou deformações digitais da escultura original de Vênus di Milo, visando discutir a mudança do padrão estético das formas femininas ao longo dos séculos. O trabalho foi selecionado para a Bienal Brasileira de Design 2015, em Florianópolis.