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O bailarino Diego de Paula em momento introspectivo do Ballet 101 (Foto: Wilian Aguiar/Cortesia São Paulo Companhia de Dança)
Postado em 12/04/2012 - 11:00
Bachiana e risos
São Paulo Companhia de Dança apresenta duas obras inéditas no Sesc Vila Mariana de amanhã a domingo
Juliana Monachesi

Humor e dança não se misturam? No solo de oito minutos Ballet 101 (2006), de Eric Gauthier, sim. A obra agora integra o repertório da São Paulo Companhia de Dança e será apresentada em novo espetáculo que a companhia estreia amanhã, às 21h, no Sesc Vila Mariana. Também compõem o programa as peças Bachiana No. 1 (2012), de Rodrigo Pederneiras, criada especialmente para a SPCD, e Supernova (2009), do coreógrafo alemão Marco Goecke, que já fazia parte do repertório.

Ballet 101 é bem-humorado por vários motivos. Goecke parte das cinco posições do balé para elencar outras 96 variantes mais recorrentes em balés consagrados. Os amantes da dança vão se divertir com o elemento metalinguístico, identificando um bom número das citações. Depois há o humor de uma trilha sonora composta por números recitados (correspondentes a cada uma das posições), na primeira parte da obra em sequência para que o bailarino as demonstre, e, na segunda, de maneira randômica, para que o bailarino se exaura tentando acompanhar os comandos do diretor (voz em off) algo tirânico.

Três bailarinos diferentes dançarão o solo, um em cada uma das noites de espetáculo, por razões óbvias. Diego de Paula, Yoshi Suzuki e Juliano Toscano interpretam o Ballet 101 de formas diferentes, sobretudo no que se refere às expressões faciais – cujo espectro é bastante amplo para o contexto do ballet -, então vale ir ver mais de uma apresentação para se divertir com mais esta particularidade da peça. O coreógrafo canadense Eric Gauthier recebeu o prêmio de público e crítica da International Competition for Choreographers, em Hannover, Alemanha, em 2008. A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia brasileira a dançar uma obra sua.

E o humor pára por aí. A coreografia Supernova foi inspirada pela sonoridade perturbadoramente grave da banda indie neobarroca norte-americana Antony & The Johnsons (além do fenômeno astronômico que dá nome ao ballet, claro). Bachiana No. 1 também tem momentos de alta carga dramática. Ao som das Bachianas Brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos, a coreografia de Rodrigo Pederneiras é dividida em três movimentos, como a obra de 1930 do compositor modernista brasileiro. Brasilidade, romantismo e paixão dão o tom.

SERVIÇO

Quando: amanhã (dia 13), sábado (14), às 21h, e, novamente no sábado (sessão extra), e domingo (15), às 18h
Onde: SESC Vila Mariana (rua Pelotas, 141)
Quanto: R$ 24; R$ 12 (usuários matriculados, idosos com mais de 60 anos, estudantes com carteirinha, professores da rede pública, usuários MIS); R$ 6 (trabalhador do comércio e serviços matriculado). Vendas nas bilheterias das unidades Sesc