icon-plus
Vista da 32ª Bienal de São Paulo (Foto: Pedro Ivo Trasferetti/ Fundação Bienal de São Paulo)
Postado em 13/12/2016 - 1:59
Bienal em balanço
Mostra contabilizou cerca de 900 mil visitantes ao longo dos quatro meses de exibição
Felipe Stoffa

Jochen Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga, curadores da 32ª Bienal de São Paulo, têm muitos motivos para comemorar. Encerrada no domingo passado (11/12), a mostra alcançou expectativas de público, contabilizando cerca de 900 mil visitantes ao longo dos quatro meses de exibição, média que não era superada desde sua 26ª edição, produzida em 2004. Apropriando-se da “incerteza” como tema e núcleo curatorial, a exposição procurou assumir a instabilidade como elemento propulsor da criação artística. Seu diferencial foi a seleção de obras de tom propositivo, ao invés de procurar respostas sobre os conflitos e descaminhos da sociedade, deixando evidente que a arte é uma forma de resistência.

32ª Bienal de São Paulo (Foto: Ilana Bar/Estúdio Garagem/ Fundação Bienal de São Paulo)
32ª Bienal de São Paulo (Foto: Ilana Bar/Estúdio Garagem/ Fundação Bienal de São Paulo)

“As reflexões e discussões advindas do contato com as obras e com os artistas são de valor inestimável. A partir dessas experiências, podemos imaginar outros caminhos para o futuro. Ficou evidente na Bienal a importância da cultura e da educação na sociedade. Sou muito grato pela visitação e pela participação do público”, comentou Jochen Volz. “O interesse do público confirma que a Bienal adota o caminho certo ao tornar-se uma plataforma de pesquisa, experimentação e debate artístico, investindo cada vez mais no comissionamento de obras e no fomento da produção contemporânea”, afirma Luís Terepins, atual presidente da Fundação Bienal.

Números
Concebida ao longo de 23 meses, desde 2015, a 32ª Bienal foi uma das edições que mais contou com projetos comissionados, em média 70% do total de obras. Ao todo, cerca de 300 trabalhos foram apresentados por 81 artistas, grupos e coletivos de 33 países. Conforme Volz, esse era um desejo que norteou todas as atividades da equipe, abrindo possibilidade para artista e curador trabalharem de forma mais próxima.

Outro diferencial foi o extenso número de programações paralelas. Algumas das obras, como a Oficina de Imaginação Política, de Amilcar Packer; ou até mesmo os Transnômades, do coletivo OPAVIVARÁ!, necessitaram da ativação do público e contaram com uma agenda que se locomoveu para fora do pavilhão de Niemeyer. Foram, ao todo, 150 atividades realizadas pela mostra, entre shows, visitas especiais, oficinas, seminários, debates, performances e palestras.