O aqueduto romano mais alto do mundo, localizado no Sul da França, abriga também um museu subterrâneo. É no Pont Du Gard que a exposição ‘Under The Pixels, The Matter’ está em cartaz, até janeiro de 2025. As brasileiras Regina Silveira, Ana Maria Tavares, e os franceses Mona Kim e Nicolas Tourte foram convidados a questionar as relações entre o real e o virtual em meio a revolução digital vivida no mundo contemporâneo.
Uma série de novas produções propõem perspectivas sobre a utilização de mecanismos digitais para criação de conhecimento cultural, usando desde projeções de vídeos sobre a ponte até projetos de realidade aumentada, envolvendo fotografia, escultura, vídeo e instalação multimídia. As obras – concretas e digitais – são exibidas tanto nas salas de exposições temporárias do Pont du Gard como na área ao redor e na própria ponte.
A recepção é ocupada por duas obras tridimensionais. “Doublage”, de Mona Young-Eun Kim, é uma escultura interativa que se transforma por meio de um aplicativo com QR Code. Já a escultura “Fin de Carrière”, de Nicolas Tourte, ecoa o desejo da mostra ao fundir materiais físicos e digitais e explorar seus limites, a partir de experiências sensoriais e reflexões sobre o impacto da tecnologia na memória e percepção.
Já na sala de exposições temporárias, obras como “1001 Dias” de Regina Silveira e “Infinite Rotation” de Ana Maria Tavares desafiam a percepção de tempo e espaço, misturando poesia visual e arquitetura. Ao longo do percurso até o Pont du Gard, totens monumentais de Mona Young-Eun Kim introduzem a realidade aumentada como uma nova forma de escrita do real. Já durante a noite, as projeções de vídeo mapeado sobre o pontilhão imergem os espectadores em um universo visual único.
A mostra foi desenvolvida a partir da residência artística l’ÉCHANGEUR22 e do laboratório LABIRINTO para o desenvolvimento de novas práticas e éticas curatoriais.
