
O francês Henri Cartier Bresson, conhecido no Brasil e no mundo, foi um fotógrafo para quem a simplicidade era um sinônimo de sofisticação, noção traduzida em imagens antológicas capturadas por uma simples câmera Leica durante o seu flanar pelas ruas.
Pouco conhecido (infelizmente, no Brasil também) é Carlos Moreira, fotógrafo nascido em São Paulo, em 1936. Assim como Bresson, ele se interessa pela linha da straight photography (imagens feitas pelo contato direto da câmera com a realidade, sem intervenções no laboratório ou na cópia).
Também assim como Bresson, Moreira tem uma postura discreta, quase invisível, o que lhe permite uma proximidade com os personagens urbanos fotografados. Independente do fator humano, suas imagens de pontos-fulcros da cidade – tais como Galeria Metrópole, Praça Ramos de Azevedo, Ladeira da Memória, etc. – são inquestionavelmente vigorosas.
No sábado passado, dia 22, foi lançado no SESC Bom Retiro o livro Carlos Moreira / São Paulo, um ensaio com mais de 100 fotografias do fotógrafo paulista, algumas inéditas. Editado pela Editora Tempo d’Imagem com as Edições SESC São Paulo, o livro complementa o trabalho de divulgação da obra de Moreira, que já teve retrospectiva na Pinacoteca, em 2005 e, recentemente, no próprio SESC Bom Retiro.