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Postado em 06/02/2023 - 5:11
ECOFEMINISMOS
O protagonismo de mulheres indígenas em ações educativas, coletivas e colaborativas é destaque em projetos e verbetes do instituto

PROJETOS

KAYATIBU E ENCONTRO MI MAWAI (AC)
Programa contemplado pelo Rumos 2017/2018 promove encontros e intercâmbios, destacando a musicalidade de jovens indígenas Huni Kuin. Nana Vasconcelos Orlandi – produtora, musicista e geógrafa nascida no Rio de Janeiro –, a produtora Carou Trebitsch e a jovem indígena Rita Pinheiro Sales Kaxinawá apresentam o Kayatibu, grupo formado no município de Jordão, no Acre, em 2013. O projeto inclui uma oficina de tambores no Rio de Janeiro e oficinas de música de audiovisual em Jordão, resultando em um videoálbum realizado coletivamente.

VASOS SAGRADOS: O FEMININO NA LITERATURA E NO CINEMA INDÍGENAS – MEKUKRAD JÁ
Como parte do evento Mekukradjá – Círculo de Saberes, a conversa gravada em vídeo reúne a poeta e professora Márcia Kambeba, que apresenta um panorama da literatura indígena feminina no Brasil; Patrícia Ferreira Mbya, que discute seu trabalho como cineasta sob sua perspectiva de mulher guarani; e Sueli Maxakali, que fala sobre ser cineasta de um povo que teve de escolher entre perder a terra ou a língua, mas que optou pela manutenção da língua. A mediação é da produtora cultural Cristina Flória. O programa Mekukradjá reuniu artistas de 11 estados e 11 etnias em cinco sessões de conversa, em setembro de 2016, na sede do Itaú Cultural, em São Paulo/SP, com curadoria de Daniel Munduruku, Cristino Wapichana, Cristina Flória, Junia Torres e Andrea Tonacci.

VERBETES

SANDRA BENITES
Sandra Benites (Mato Grosso do Sul, 1975). Professora, pesquisadora e curadora. É descendente do povo Guarani Nhandeva. Em sua atuação nas áreas de educação e pesquisa foca as problemáticas do ensino bilíngue indigena e a dificuldade dessa metodologia em abarcar as particularidades e identidade das comunidades guarani. Na curadoria artística, seu foco está em projetos comissionados e instituições museais, promovendo uma mediação entre o universo indígena e o não indígena. (…) Entre 2016 e 2018, integra a equipe curatorial do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) no projeto “Dja Guata Porã: Rio de Janeiro Indígena”, que em tradução livre do guarani quer dizer “Caminhar Bem Caminhar Junto”. (…) Após essa experiência curatorial coletiva bem-sucedida, Sandra Benites torna-se a primeira curadora indígena a ser contratada por uma instituição de arte no Brasil. Em 2019, passa a ocupar o cargo de curadora-adjunta do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Nesta
atividade está à frente da pesquisa curatorial do projeto anual Histórias Indígenas, com enfoque na perspectiva das mulheres indígenas e nos processos de descolonização cultural e territorial.

(Foto: Guilherme Castoldi)

DAIARA TUKANO
Daiara Hori Figueroa Sampaio (São Paulo-SP, 1982). Artista, muralista, comunicadora, educadora. A sabedoria e a ancestralidade indígena são apresentadas em suas obras, que variam de formato e técnica, passando por murais em empenas de edifícios, pinturas e desenhos em nanquim. A artista está presente também nas principais discussões sobre direitos humanos e é uma voz potente da liderança indígena no Brasil. Forma-se em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), em 2011, e cursa mestrado em Direitos Humanos e Cidadania na mesma instituição, com pesquisa sobre o direito à memória e à verdade dos povos indígenas e suas relações com a educação, sob o título Questão Indígena no Ensino Brasileiro: Análise e Crítica dos Materiais Pedagógicos Criados em Função da Lei 11.645/2008. É militante dos movimentos indígena e feminista e colaboradora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil. (…) É conhecida como a primeira artista indígena a pintar o maior mural de arte urbana no Brasil. A obra Selva Mãe do Rio Menino (2020) ocupa mais de mil metros quadrados no histórico Edifício Levy, na região central de Belo Horizonte.

(Foto: Agência Ophelia)

ELIANE POTIGUARA
Eliane Potiguara (Rio de Janeiro, 1950). Escritora, ativista, professora, empreendedora social. Eliane Potiguara é formada em Letras e Educação pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Em suas produções literárias, trabalha com ancestralidade e luta dos povos indígenas, como em Metade Cara, Metade Máscara (2004), que mescla relatos autobiográficos com poesias de sua autoria. Também produz na área de literatura infantojuvenil, tendo livros como A Cura da Terra (2015), no qual
Moína, personagem principal compartilha com sua avó histórias de seu povo e da luta dos indígenas, através da oralidade e de saberes ancestrais. É fundadora do GRUMIN/Grupo Mulher, voltado para união e educação de mulheres indígenas na América Latina.

(Foto: Ivson Miranda)
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