PROJETOS
KAYATIBU E ENCONTRO MI MAWAI (AC)
Programa contemplado pelo Rumos 2017/2018 promove encontros e intercâmbios, destacando a musicalidade de jovens indígenas Huni Kuin. Nana Vasconcelos Orlandi – produtora, musicista e geógrafa nascida no Rio de Janeiro –, a produtora Carou Trebitsch e a jovem indígena Rita Pinheiro Sales Kaxinawá apresentam o Kayatibu, grupo formado no município de Jordão, no Acre, em 2013. O projeto inclui uma oficina de tambores no Rio de Janeiro e oficinas de música de audiovisual em Jordão, resultando em um videoálbum realizado coletivamente.
VASOS SAGRADOS: O FEMININO NA LITERATURA E NO CINEMA INDÍGENAS – MEKUKRAD JÁ
Como parte do evento Mekukradjá – Círculo de Saberes, a conversa gravada em vídeo reúne a poeta e professora Márcia Kambeba, que apresenta um panorama da literatura indígena feminina no Brasil; Patrícia Ferreira Mbya, que discute seu trabalho como cineasta sob sua perspectiva de mulher guarani; e Sueli Maxakali, que fala sobre ser cineasta de um povo que teve de escolher entre perder a terra ou a língua, mas que optou pela manutenção da língua. A mediação é da produtora cultural Cristina Flória. O programa Mekukradjá reuniu artistas de 11 estados e 11 etnias em cinco sessões de conversa, em setembro de 2016, na sede do Itaú Cultural, em São Paulo/SP, com curadoria de Daniel Munduruku, Cristino Wapichana, Cristina Flória, Junia Torres e Andrea Tonacci.
VERBETES
SANDRA BENITES
Sandra Benites (Mato Grosso do Sul, 1975). Professora, pesquisadora e curadora. É descendente do povo Guarani Nhandeva. Em sua atuação nas áreas de educação e pesquisa foca as problemáticas do ensino bilíngue indigena e a dificuldade dessa metodologia em abarcar as particularidades e identidade das comunidades guarani. Na curadoria artística, seu foco está em projetos comissionados e instituições museais, promovendo uma mediação entre o universo indígena e o não indígena. (…) Entre 2016 e 2018, integra a equipe curatorial do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) no projeto “Dja Guata Porã: Rio de Janeiro Indígena”, que em tradução livre do guarani quer dizer “Caminhar Bem Caminhar Junto”. (…) Após essa experiência curatorial coletiva bem-sucedida, Sandra Benites torna-se a primeira curadora indígena a ser contratada por uma instituição de arte no Brasil. Em 2019, passa a ocupar o cargo de curadora-adjunta do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Nesta
atividade está à frente da pesquisa curatorial do projeto anual Histórias Indígenas, com enfoque na perspectiva das mulheres indígenas e nos processos de descolonização cultural e territorial.
DAIARA TUKANO
Daiara Hori Figueroa Sampaio (São Paulo-SP, 1982). Artista, muralista, comunicadora, educadora. A sabedoria e a ancestralidade indígena são apresentadas em suas obras, que variam de formato e técnica, passando por murais em empenas de edifícios, pinturas e desenhos em nanquim. A artista está presente também nas principais discussões sobre direitos humanos e é uma voz potente da liderança indígena no Brasil. Forma-se em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), em 2011, e cursa mestrado em Direitos Humanos e Cidadania na mesma instituição, com pesquisa sobre o direito à memória e à verdade dos povos indígenas e suas relações com a educação, sob o título Questão Indígena no Ensino Brasileiro: Análise e Crítica dos Materiais Pedagógicos Criados em Função da Lei 11.645/2008. É militante dos movimentos indígena e feminista e colaboradora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil. (…) É conhecida como a primeira artista indígena a pintar o maior mural de arte urbana no Brasil. A obra Selva Mãe do Rio Menino (2020) ocupa mais de mil metros quadrados no histórico Edifício Levy, na região central de Belo Horizonte.
ELIANE POTIGUARA
Eliane Potiguara (Rio de Janeiro, 1950). Escritora, ativista, professora, empreendedora social. Eliane Potiguara é formada em Letras e Educação pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Em suas produções literárias, trabalha com ancestralidade e luta dos povos indígenas, como em Metade Cara, Metade Máscara (2004), que mescla relatos autobiográficos com poesias de sua autoria. Também produz na área de literatura infantojuvenil, tendo livros como A Cura da Terra (2015), no qual
Moína, personagem principal compartilha com sua avó histórias de seu povo e da luta dos indígenas, através da oralidade e de saberes ancestrais. É fundadora do GRUMIN/Grupo Mulher, voltado para união e educação de mulheres indígenas na América Latina.