A partir da ideia de “Estalo”, o conceito curatorial da 14ª Bienal do Mercosul tem como objetivo central explorar a noção de transformação. Inspirada no súbito e efêmero estalar de dedos, a equipe artística liderada por Raphael Fonseca, curador-chefe, investiga as metamorfoses que ocorrem em diversos organismos, como o corpo humano e a natureza, nesse breve intervalo de tempo.
Adiada em função da tragédia climática que afetou várias cidades no Rio Grande do Sul, a mostra ressurge em meio ao cenário pós-devastação, reafirmando sua premissa de que mudanças podem ocorrer de forma abrupta.
Nesta semana, a Fundação Bienal do Mercosul divulgou os artistas e os espaços que serão ocupados pela exposição, com abertura marcada para março de 2025 na capital gaúcha. O circuito mantém alguns espaços habituais da programação, como o Farol Santander, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul e a Usina do Gasômetro, e expande seu diálogo com outras regiões da cidade com a inclusão de endereços inéditos, como a Fundação Iberê Camargo e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Raphael Fonseca, em parceria com os curadores adjuntos Tiago Sant’Ana e Yina Jimenez Suriel, além da curadora assistente Fernanda Medeiros, reuniu nomes relevantes do cenário contemporâneo brasileiro e internacional, com destaque para os representantes da América Latina e Ásia. Dos 76 artistas que integram a mostra, cerca de 65% são internacionais – Nam June Paik, sul-coreado pioneiro em videoarte, a ativista peruana Venuca Evanán e Natasha Tontey, artista visual da Indonésia.
Grande parte dos trabalhos é comissionado e entre os brasileiros, destacam-se a artista transmídia biarritzzz, Laryssa Machada – artista visual nascida em Porto Alegre –, Randolpho Lamonier, que também transita por diferentes mídias, e Afonso Pimenta e as fotografias do coletivo Retratistas do Morro. Além do resgate aos trabalhos do modernista Iberê Camargo, Rochelle Costi e Heitor dos Prazeres.