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Escultura em cerâmica de Anna Maria Maiolino em exposição na Galeria Millan
Postado em 02/10/2012 - 6:17
Escultura agora
Confira oito exposições em São Paulo que abordam investigações sobre tridimensionalidade

Oito exposições individuais em São Paulo oferecem uma ótima oportunidade de avaliação das investigações tridimensionais na arte contemporânea brasileira. Anna Maria Maiolino na galeria Millan, Reginaldo Pereira na Casa Triângulo, Jac Leirner e Tiago Carneiro da Cunha na Fortes Vilaça, Daniel Murgel na Moura Marsiaj, Ana Holk na Zipper, Luciano Zanette na Virgilio e Lucia Koch na Nara Roesler comprovam o vigor da escultura atual. Confira na galeria acima a cobertura fotográfica de seLecT das mostras em cartaz e, a seguir, um breve resumo do conceito de algumas das exposições.

Anna Maria Maiolino – É o Que É

 

A exposição é composta por esculturas moldadas em gesso da série Entre o Dentro e o Fora, objetos de parede moldados em cimento da série Novos Ausentes, obras realizadas em cerâmica Raku, desenhos, fotografias e vídeos. A exposição apresenta obras realizadas entre 2005 e 2012 e recebeu um título meramente indicativo para enfatizar suas presenças poéticas, segunda a artista, que afirma ainda “É o Que É sublinha a possibilidade do real se instaurar a partir das ideias no uso de um corpo de sentidos articulado na diversidade das técnicas. As obras oferecem metáforas que se fundamentam na experiência, adquirindo essência e significados. A palavra técnica se origina do verbo grego tíkto, que no seu sentido mais amplo significa: ‘trazer ao mundo’. Logo, é na experiência que o artista enfatiza a ousadia do viver”.

ONDE: Galeria Millan (rua Fradique Coutinho, 1.360, tel. 0/xx/11/3031-6007)
QUANDO: até sábado, 6 (segunda a sexta, das 10h às 19h; aos sábados, de 11h a 17h)

Reginaldo Pereira – Abre Alas

Maiastra Ogum (2012), escultura em metal fincada em melancia (Foto: Edouard Fraipont / Divulgação)

A exposição reúne um conjunto de três obras inéditas: uma grande instalação no piso térreo da Casa Triângulo; cinco esculturas e uma série de sete impressões sobre papel no piso superior da galeria, além de uma pequena edição de uma caixa contendo peças fundidas em metal. A instalação Abre Alas espalha 45 mastros de bandeira, afixados em ângulos de 30º e 45º, nas duas paredes longitudinais do ambiente, em diversas alturas. Cada mastro possui em sua ponteira um dos 45 símbolos existentes na bandeira brasileira, esses são fundidos em metal de modo a reforçar a aparência pontiaguda e cortante das suas bordas. A disposição da instalação pretende explorar uma situação de ambiguidade entre uma parada militar e uma manifestação civil, uma “batalha armada” sem vencidos ou vencedores, pairando no campo principal da galeria.

ONDE: galeria Casa Triângulo (rua Pais de Araújo, 77, Itaim, tel. 0/xx/11/3167-5621)
QUANDO: até sábado, 6 (terça a sábado, das 11h às 19h)

Jac Leirner – Hardware Seda – Hardware Silk

Retrato Retrato (2012), cartões postais, metal e plexiglass (Foto: Eduardo Ortega / Divulgação)

Níveis de precisão, cabos de aço, ferragens e papel de seda utilizado para enrolar tabaco são alguns dos materiais empregados pela artista nas 12 obras em exposição, que foram desenvolvidas em uma residência artística na Universidade de Yale em março e abril deste ano. Em Hardware Seda, argolas, tubos plásticos e metálicos, porcas e extensores são ligados uns aos outros em uma linha de aço que se estende cortando o espaço da galeria. O que é usado normalmente como estrutura ou instrumento para montar uma exposição de arte passa a ser a própria obra, constituindo uma inversão de valores. Já em Skin (Zig Zag 1 1/2 Ultra Thin), sedas para enrolar fumo são dispostas na parede uma ao lado da outra formando um grande quadro como uma pintura minimalista carregada pelo significado da repetição de um mesmo signo.

ONDE: galeria Fortes Vilaça (rua Fradique Coutinho, 1.500, tel. 0/xx/11/3032-7066)
QUANDO: até 27 de outubro (terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 18h)

Daniel Murgel – O Jardim de Epicuro

A partir de suas andanças por São Paulo, observando sobretudo o chão, o artista carioca se interessou pelo piso ladrilhado de várias calçadas com o mapa do Estado. “O estado de São Paulo geometrizado é um pensamento divertido, como uma charge ou caricatura. E posteriormente observei que havia o piso mal cuidado, o outro que tinha mato entre as frestas, aquele rompido pelas árvores, além dos bem colocados e limpos… Quando não olhava para o chão, verificava as cenas da especulação imobiliária. Algumas casinhas, quando demolidas, deixam sua memória impressa na parede do vizinho, normalmente um gigante. O movimento das grandes cidades surpreende; impermeabilização, verticalização – aquela memória de parede parece o último suspiro da casa, antes de entrar em amnésia profunda”, diz Murgel sobre a gênese da mostra.

ONDE: galeria Moura Marsiaj (rua Mateus Grou, 618, tel. 0/xx/11/3031-1061)
QUANDO: até sábado, 6 (terça a sábado, das 10h às 19h)