icon-plus
Obras falsas de Antonio Berni y Raúl Soldi, no Ministério da Fazenda. (Foto: Mariano Sandá - Ministério da Fazenda)
Postado em 24/05/2016 - 1:27
Exposição falsa
Mostra argentina apresenta obras de arte falsificadas para conscientizar sobre o tráfico ilegal de bens culturais
Ana Abril

O Ministério da Fazenda argentino abriga uma mostra de 40 pinturas realizadas por renomados artistas do país que serão destruídas no final deste mês. O governo de lá não enlouqueceu: essas obras são falsificadas e fazem parte de uma curiosa exposição, cujo intuito é conscientizar sobre o tráfico ilegal de bens culturais. As pinturas são plágios de obras de Benito Quinquela Martín, Antonio Berni, Antonio Seguí e Raúl Soldi, entre outros portenhos consagrados.

As peças foram apreendidas pela Interpol no final do ano passado e pertencem a um mesmo grupo de falsificadores. O alarme que levou ao confisco das obras falsas foi dado por galeristas e pelos familiares dos artistas, que descobriram a fraude através da internet e em casas de vendas.

As obras falsificadas, segundo Mario Naranjo, coordenador de Recuperação e Conservação do Patrimônio Cultural do Ministério da Fazenda da Argentina, não se parecem com as originais. “A maioria das obras são toscas”, afirma Naranjo.

Nessa exposição, o segurança de plantão não vigia o roubo de obras de grande valor, e, sim, de peças que atualmente são provas judiciais. Após a sentença, as falsificações serão destruídas.

Não é a primeira vez que se expõem obras de arte que são frutos de ações fraudulentas. No Brasil, a Operação Lava Jato rendeu uma exposição no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, com peças que pertenciam ao ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque e à doleira Nelma Kodama, entre outros. Nessa ocasião, peças de artistas como Alberto da Veiga Guignard e Frans Krajcberg eram originais, porém foram adquiridas com dinheiro proveniente de corrupção. Mais informações na reportagem Arte em Juízo, publicada pela #select27.

Sobre arte roubada também fala a seção Pega Ladrão, do Mapa das Artes. Nela são publicadas notícias em relação a peças roubadas, falsificadas ou encontradas após ficarem desaparecidas durante anos.