Uma nova iniciativa do Masp mostra o interesse da direção artística em ampliar a percepção de arte e de suas origens na América Latina. O museu acaba de assinar comodato de dez anos com a Coleção Edith e Oscar Landmann, uma das maiores de propriedade particular voltadas à arte pré-colombiana.
Com isso, a Coleção Masp Landmann, como passa a ser conhecida a partir do acordo, permanecerá no museu paulistano por dez anos. Esse prazo pode ser renovado ou a doação pode até se tornar definitiva. É um grande passo no sentido que vem sendo apontado por seu diretor artístico, Adriano Pedrosa, rumo a obras que tragam uma compreensão da história da arte para além de seu âmbito hegemônico, o academismo europeu e suas derivações.

Exposições como Histórias da Infância, que debate as concepções de infância por meio da iconografia da arte, e a remontagem de A Mão do Povo Brasileiro, mostra icônica de Lina Bo Bardi sobre e com o artesanato do Brasil, mostram a vocação atual do Masp em investigar as bases constitutivas da identidade nacional .
É o segundo comodato de peso que o museu assina desde a mudança de gestão, com a entrada de Heitor Martins na presidência (2014) e a nova orientação curatorial. O primeiro foi como Foto Clube Bandeirantes (dezembro de 2014), cuja coleção será anexada definitivamente ao acervo do Masp após 50 anos.
