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Postado em 31/08/2015 - 9:19
Mesmo rumo com novidades
Luciana Pareja Norbiato

Rumos Itaú Cultural dá continuidade a modelo aberto e traz Jeferson De para reforçar olhar sobre inscrições da comunidade negra, entre outros aperfeiçoamentos

 Coletiva Rumos 2015-2016 _310815_fotos De Ivson Miranda_011 Cópia

Legenda: Eduardo Saron (de camisa azul) encabeça coletiva de imprensa para anúncio da nova edição do Rumos, acompanhado de Jeferson De, Ana de Fátima Sousa e Valmir Santos (esq. para dir.), que compõem a comissão de seleção da premiação (fotos: Ivson Miranda)

É mantendo o mesmo formato renovado da edição 2013-2014, com alguns ajustes, que o Rumos Itaú Cultural teve sua edição 2015-2016 anunciada na manhã desta segunda-feira, 31 de agosto, em coletiva que contou com a presença do diretor da instituição, Eduardo Saron, a gerente de comunicação Ana de Fátima Sousa e os membros da comissão de seleção do programa, o jornalista – e reincidente – Valmir Santos e o cineasta – estreando na seleção – Jeferson De.

Este último foi chamado para reforçar a representação dos afrobrasileiros no programa como um todo. “Minha participação é o desejo de negros e negras não só de participar como selecionados, mas também de ser sujeito dessa escolha, participar como sujeito da construção da arte e da cultura brasileiras”, disse o cineasta durante a coletiva. 

Entre as modificações que visam melhorar desde o momento da inscrição até a execução dos projetos, estão a disponibilização de informações sobre as implicações jurídicas da contemplação do projeto na forma do contrato a ser firmado com o Itaú Cultural; o fim do teto de valor para os projetos, que passam a não ter um valor mínimo nem máximo de orçamento; e a redução das categorias de enquadramento das propostas de mais de dez para três: criação e desenvolvimento (concepção e/ou desenvolvimento de projetos artístico-culturais), documentação (organização e preservação de acervos relacionados à arte e à cultura brasileiras) e pesquisa (desenvolvimento de pesquisas em arte e cultura brasileiras).

 Além delas, há uma ótima novidade, ainda mais em ano de crise: o programa, que teve verba total de R$ 13,9 milhões para distribuição entre os cerca de cem selecionados na edição 2013-2014, trabalha nesta edição com um valor-base de R$ 15 milhões.

Incubadora

“Mais importante que a obra pronta é o processo. O Rumos é quase uma incubadora”, declarou Eduardo Saron. De fato, muitos dos projetos inscritos não têm um produto final a ser exibido para o público. O que pode ser inclusive sanado pela inclusão do projeto dentro da programação do Itaú Cultural fora do contexto do Rumos, como é o caso da Ocupação João das Neves. Selecionada como projeto de documentação da obra do encenador teatral mineiro, tornou-se a exposição que ocupa o térreo do prédio da Avenida Paulista. 

“Da mesma forma que se convocou os criadores a sairem da zona de conforto, a própria instituição se posicionou nesse sentido”, declarou Valmir Santos. “Muitas vezes foi além da proposta do inscrito, como no caso do mapeamento da obra de João das Neves, que se tornou uma ocupação sugerida pelo próprio Itaú Cultural”.

Pelo caráter abrangente e acolhedor do programa, que desde a edição passada busca fazer com que a instituição se molde aos projetos, e não o contrário, outras instituições vêm se interessando pelo formato em conversações com o Itaú Cultural. Incluindo o MinC.

As inscrições para a edição 2015-2016 do Rumos começam nesta terça, 1º de setembro, pelo site do programa, e terminam no dia 6 de novembro.