O prefixo grego “meta” significa movimento para além, mudança. E, quando ocorrem mudanças, crescem as possibilidades de encontros e trocas frutíferas. Esse é o objetivo da rede auto-organizada Metareciclagem, que há dez anos reúne interessados em novas perspectivas tecnológicas, arte, educação, hacktivismo e inclusão digital. E já que na natureza e na sociedade nada se perde e tudo se transforma, o grupo trabalha com reinvenções e reciclagens.
O recondicionamento de computadores foi a primeira das ações do Metareciclagem, que centra sua filosofia na facilitação ao acesso de softwares livres. “Uma das primeiras coisas que fizemos foi restaurar computadores inutilizados e instalar o Linux para usar nos nossos projetos e facilitar o acesso de outras pessoas”, explica Felipe Fonseca, um dos idealizadores e articuladores do coletivo.
Reciclagem não é exatamente a única reinvenção do Metareciclagem, que atualmente constitui-se como um aglomerado de outras redes, no qual cada núcleo é denominado “esporo”, como metáfora para polinização que procura terreno fértil nas trocas de ideias promovidas digitalmente e em encontros ocasionais.
A polinização deu certo. O Metareciclagem reúne diferentes coletivos espalhados Brasil afora, conectados via internet e alinhados sob a bandeira da livre organização e da reinvenção da transformação social com o uso da cultura digital. “Somos, acima de tudo, uma rede de afetos e pessoas tentando fazer um acesso crítico da tecnologia”, sintetiza Fonseca.
*Publicado originalmente na #select5.