Começa hoje (20/8), no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, a primeira etapa do projeto Um Rio não Existe Sozinho. A curadoria é de Sabrina Fontenele e Vânia Leal. Para quem não conhece as duas, contextualizamos: Fontenele é curadora do Tomie Ohtake e Leal é curadora da Bienal das Amazônias, portanto a parceria conecta os onipresentes rios de Belém aos escondidos ou retificados rios de São Paulo, e duas realidades bastante diversas de ecossistemas metropolitanos.
“Partindo da ideia de coletividade, diversidade e ausência de fronteiras entre as águas, é possível aplicar este entendimento entre cooperativas, coletivos, organizações profissionais, pesquisadores e artistas cujas ações buscam alternativas sustentáveis em sua atuação no território”, apresenta-se o projeto. Ele se desdobra em dois tempos: os Diálogos São Paulo e, em novembro de 2024, os Diálogos Belém – um paralelo com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para novembro de 2025 em Belém.
Com ciclo de debates de 21 a 23/8 e uma oficina com duração de quatro dias (de 20 e 23/8, das 16h às 18h), o evento conecta saberes tradicionais com ativismos comunitários em busca de “propostas transformadoras ajustadas às emergências climáticas, ambientais, ecológicas e humanitárias que ora impõem revisões nos modelos consolidados de produção”. O diálogo de abertura, que conta com Fontenele, o professor Carlos Nobre e o diretor artístico do Instituto Paulo Miyada, acontece quarta-feira, às 18h. Confira a programação completa no link.
A oficina Território Material: Criar a Partir do Que Já Existe é ministrada por Pedro Alban, arquiteto e artista de Salvador. A proposta é “produzir, a partir de contatos com a obsolescência na cidade de São Paulo, uma nova percepção do lixo”. Alban mobiliza a experiência em projetos como a Arquivo e o coletivo Mouraria 53 para mapear com os participantes o que chama de nós – os pontos “físicos, econômicos e culturais” da cultura de descarte e obsolescência urbana – e suas contraposições existentes.
RIOS NA TELONA
Começa nesta quinta, 22/8, a 13ª edição do Filmambiente, festival dedicado ao cinema de temática ambiental. Esta edição traz novidades: a categoria
Longa Brasileiro, que reúne seis títulos, e a ampliação dos locais do evento, sediado também em Niterói e online pela plataforma Bombozila. As mostras competitivas trazem 55 filmes. O festival também realiza dois painéis temáticos no CCJF no Rio de Janeiro: Justiça Climática no Rio de Janeiro e O Papel do Audiovisual no Ativismo Ambiental.
De olho nos rios, a redação destaca o internacional Água É Vida (2023), que compete na Mostra Panorama, e o brasileiro A Última Reserva (2024), que compete na Mostra Pela Natureza. Este último retrata a luta dos ribeirinhos do Rio Jauaperi, na Amazônia, pela preservação de seu território e biodiversidade, utilizando tecnologia social e a criação da Reserva Extrativista (Resex) como solução sustentável no combate à pesca ilegal.
Acompanhe a programação do festival Filmambiente.