icon-plus
Obra do Museu do Amanhã, fotografada por Mauro Restiffe (Foto: Cortesia do artista)
Postado em 06/05/2021 - 6:13
#tbt seLecT #16
Mauro Restiffe fotografa obras na zona portuária do Rio e Glenn Lowry, diretor do MoMA, é entrevistado na edição que discute os museus
Da redação

O Museu de Arte do Rio (MAR) era recém-inaugurado quando o artista Mauro Restiffe e o arquiteto Gabriel Kogan se uniram na tarefa de documentar as transformações da região portuária do Rio para a seLecT #16, e o MoMA-NY não havia passado ainda pela maior reorganização e repaginação de seu acervo e seu programa em um século de atuação (o que aconteceria cinco anos depois), pois foi em 2014 que o jornalista Marcos Augusto Gonçalves entrevistou o diretor Glenn Lowry para a seLecT.

A entrevista e o ensaio Museus de Amanhã estão publicados na edição lançada em fevereiro de 2014, que se debruça sobre as funções dos museus. No século 21.

Naquele momento, era instaurada uma nova regulamentação do estatuto de museus do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), que tensionava os limites entre o uso privado de uma obra de arte e seu interesse público. Na reportagem “Decreto-Confusão”, a jornalista Márion Strecker analisa essa polêmica, ouvindo as diversas vozes envolvidas no processo, entre galeristas, colecionadores e museólogos, revelando seus conflitos e refletindo sobre a falta de estrutura do setor. Os retratos dos entrevistados, entre eles os diretores da galeria Almeida & Dale, foram feitos por Juan Esteves. E o retrato de Glenn Lowry, também exclusivo para seLecT, foi feito por Helena Wolfenson.

O desafio de como “ativar” a história de espaços históricos, assim como disponibilizar acervos e espaços privados para a esfera pública são assunto de matéria de Paula Alzugaray, que analisa a Residência Criativa Casa do Sol, onde viveu a escritora Hilda Hilst, e o Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin. A casa da escritora paulista no interior do estado abrigava, desde 2011, um projeto de residência artística, idealizado pelo jornalista Jurandy Valença, que conheceu Hilst nos anos 1990. Já no projeto carioca, dirigido pelo curador Marcio Doctors, artistas contemporâneos são convidados a intervir sobre o espaço da casa-museu. Já participaram nomes como Regina Silveira, Nelson Leirner, Laura Lima, Sara Ramo, Nuno Ramos e Ernesto Neto.

Em análise pela crítica e curadora Lisette Lagnado, Lina Bo Bardi tem seus projetos arquitetônicos relacionados aos programas institucionais dos museus em cuja criação esteve envolvida, como o MASP e o Museu de Arte Moderna da Bahia, no ano do centenário de seu nascimento.

A relação entre o passado e o futuro dos museus é mapeada no Mundo Codificado, que mostra os contrastes entre estratégias tradicionais e reinventadas de circulação, comunicação e gestão, ao longo do tempo.

Os programas educativos são tema da reportagem da jornalista Luciana Pareja. Se este setor estava presente desde a primeira Bienal de São Paulo, a capacitação e profissionalização da área só acontece nos anos 1990. Pareja analisa como Inhotim, MAR e Dragão do Mar planejam suas ações educativas e seus diálogos com as comunidades de seus entornos.

Os limites entre o museu enquanto lugar destinado a abrigar coleções e o museu como obra de arte estão borrados nas propostas do curador Pablo León de La Barra e do artista Jonathas de Andrade. O Portfólio da edição é o Novo Museo Tropical (NMT), pesquisa de León de la Barra, um acervo de imagens de museus em toda a América Latina, que são apresentadas junto a objetos em exposições ou em publicações. O projeto é analisado por Paula Alzugaray, enquanto Giselle Beiguelman discute o Museu do Homem do Nordeste, de Andrade. Revisitando a instituição fundada por Gilberto Freyre no fim dos anos 1970, o artista alagoano reúne imagens, performances e chamadas em jornais, misturando realidade e ficção.

O editor de mídias digitais da seLecT, Guilherme Kujawaski, organiza uma seleção com projetos arquitetônicos especialmente projetados para serem instituições. Entre os gigantes estão o Jumex, na Cidade do México, e o Pérez Art Museum, em Miami.
Reviews sobre a obra de Pablo Helguera, a coleção da Fundação Edson Queiroz e a mostra Por um Museu Público: Tributo a Walter Zanini completam as reflexões sobre o museu e o mundo da arte. Os leitores da revista também colaboraram com a edição. Composta por imagens enviadas via Instagram, a matéria #meumuseupessoal é um acervo das coleções de nossos leitores. Nas cartas, outra pérola: mensagem de Lev Manovich, o guru da estética do banco de dados, nos dando um feedback sobre a edição #15, dedicada às redes sociais: “Todos os artigos da revista estão fantásticos. Vocês estão escrevendo sobre meus artistas e projetos de mídia digital favoritos”.

Leia ou releia aqui.

Capa da seLecT #16