Saudade de visitar uma bienal, né, minha filha? Não tem problema: no #tbt desta semana, seLecT te convida a revisitar a edição #20, dedicada inteiramente ao fenômeno das bienais pelo mundo. O ensaio de abertura, assinado por Ana Letícia Fialho, problematiza o tênue limite entre vocação cultural e comercial destes eventos. “É curiosa a ideia propagada de que a produção artística e as instituições devam existir desvinculadas do mercado quando são instâncias distintas, mas interdependentes”, esclarece a pesquisadora. Segue-se o Fogo Cruzado, que pergunta “Como o patrocínio impacta a produção cultural?”, em que os entrevistados, como Tony Chakar, artista participante da 31ª Bienal e signatário da carta de repúdio ao apoio do Estado de Israel à mostra, curadores e gestores, um consenso: a produção simbólica de capital deve ser negociada caso a caso, sem espaço para inocência (exposições são financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada e todos têm suas agendas).
Em reportagem sobre as mostras sazonais de arte, Luciana Pareja Norbiato destrincha a sua gênese e popularização, ouvindo agentes do meio de arte sobre o limite, de novo tênue, entre o interesse pela criação de repertório para a comunidade local e a competição global por investimentos e turismo. A equipe da seLecT propõe uma visita guiada pela Bienal de São Paulo, selecionando obras emblemáticas de uma curadoria pautada pela insatisfação, que acabou “por fazer uma Bienal da ressaca, que reflete o estado de refluxo, inconstância, volubilidade, cansaço e mal-estar do dia seguinte”. Ines Doujak & John Barker, Éder Oliveira, Halil Altindere e Chto Delat estão entre os destaque escolhidos. A edição #20 traz ainda duas críticas sobre a mostra e duas pensatas sobre temas correlatos, dos Desafios da Grande Escala, sobre a arquitetura de exposições, aos Desmanches da Bienal, sobre sua história de desmontar paradigmas que já a definiram.
