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Postado em 21/01/2013 - 6:25
Videoarte histórica
Nina Gazire

Videoprojeção Influence Machine, obra do artista Tony Oursler, abre mostra voltada para clássicos do audiovisual

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Influence Machine, projeção de Tony Oursler apresentada no Soho em NY

No dia 22 de janeiro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe a mostra Circuitos Cruzados que apresenta um diálogo entre grandes obras audiovisuais do acervo do Centre Georges Pompidou , de Paris,  e obras do MAM-SP. Resultado da pesquisa de três meses na França, durante o ano de 2010, realizada pela curadora e crítica de arte Paula Alzugaray em parceria com Christine Van Assche, curadora do Service Nouveaux Médias (o acervo de novas mídias do Pompidou), a exposição traz ao país cinco videoinstalações históricas de pioneiros do audiovisual como Nam June Paik e Bruce Nauman que se relacionam com obras de artistas contemporâneos brasileiros como Cildo Meireles e Anna Bella Geiger.

Na ocasião da abertura será exibida a obra Influence Machine, do artista norte-americano Tony Oursler
, comissionada com recursos do Núcleo Contemporâneo do MAM, que consiste em uma projeção de rostos falantes nas árvores do Parque Ibirapuera, gerando a sensação de que as próprias árvores estão falando com o público. O trabalho que já foi mostrado anteriormente em Nova York e Londres. Oursler que também é responsável pelo mais novo videoclipe de David Bowie, é conhecido por suas projeções em objetos. Para conceber Influence Machine, Oursler pensou em criar uma espécie de “psico-paisagem”. Mergulhando na história dos meios de comunicação,o artista pretende criar um show de luz que invoca a fantasmagoria do século XVIII, usada em shows e apresentações de vaudevilles e nickleodens. 

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Esboço de Going around the corner, do artista Bruce Nauman

Além da apresentação de Oursler, ficam em cartaz cinco videoinstalações de grandes dimensões. São elas a obra The American Gift (1975) de Vito Acconci, que em sua disposição espacial remete à ideia do Cavalo de Troia em diálogo com trabalhos de Anna Bella Geiger, Lenora de Barros e a dupla Mauricio Dias e Walter Riedweg. Já no segundo núcleo, o centro é o dispositivo Interface (1972), de Peter Campus, em que o espectador tem projetada sua imagem real dialogando com a instalação Amnésia (1991), de Rosângela Rennó.

A obra de Dan Graham, Present Continuous Past(s) (1974), explora o conceito do cubo branco imersivo, no qual o espectador é gravado e vê sua imagem reproduzida várias vezes, e será espelhada na obra  Rio (2006), de Artur Lescher. Bruce Nauman,  um dos pioneiros da videoarte performática está presente com a videoinstalação Going Around the Corner (1970), onde câmeras de vigilância posicionadas nas quinas superiores de um grande cubo branco captam a imagem do público que circula ao redor, reproduzindo as imagens em um dos monitores posicionados nos cantos e no chão. 

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Óbra de Nam June Paik, Moon is the Oldest TV, que apresenta as fases da Lua em monitores de televisão

Próxima a obra de Nauman está a instalação Inmensa (1982), de Cildo Meireles, espécie de escultura feita de mesas que originam outras em tamanhos crescentes. Por último, o coreano-americano Nam June Paik figura na mostra com a filosófica Moon is the Oldest TV (1965), em que televisores reproduzem um simulacro das variações das fases da Lua, na verdade uma construção técnica a partir do sinal eletrônico emitido pelos monitores catódicos. A obra é inédita no Brasil.

Circuitos cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM
Curadoria: Paula Alzugaray e Christine Van Assche
Abertura: 22 de janeiro de 2013 (terça-feira), a partir das 20h
de 23 de janeiro a 31 de março de 2013