Videoprojeção Influence Machine, obra do artista Tony Oursler, abre mostra voltada para clássicos do audiovisual
Influence Machine, projeção de Tony Oursler apresentada no Soho em NY
No dia 22 de janeiro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe a mostra Circuitos Cruzados que apresenta um diálogo entre grandes obras audiovisuais do acervo do Centre Georges Pompidou , de Paris, e obras do MAM-SP. Resultado da pesquisa de três meses na França, durante o ano de 2010, realizada pela curadora e crítica de arte Paula Alzugaray em parceria com Christine Van Assche, curadora do Service Nouveaux Médias (o acervo de novas mídias do Pompidou), a exposição traz ao país cinco videoinstalações históricas de pioneiros do audiovisual como Nam June Paik e Bruce Nauman que se relacionam com obras de artistas contemporâneos brasileiros como Cildo Meireles e Anna Bella Geiger.
Na ocasião da abertura será exibida a obra Influence Machine, do artista norte-americano Tony Oursler
, comissionada com recursos do Núcleo Contemporâneo do MAM, que consiste em uma projeção de rostos falantes nas árvores do Parque Ibirapuera, gerando a sensação de que as próprias árvores estão falando com o público. O trabalho que já foi mostrado anteriormente em Nova York e Londres. Oursler que também é responsável pelo mais novo videoclipe de David Bowie, é conhecido por suas projeções em objetos. Para conceber Influence Machine, Oursler pensou em criar uma espécie de “psico-paisagem”. Mergulhando na história dos meios de comunicação,o artista pretende criar um show de luz que invoca a fantasmagoria do século XVIII, usada em shows e apresentações de vaudevilles e nickleodens.
Esboço de Going around the corner, do artista Bruce Nauman
Além da apresentação de Oursler, ficam em cartaz cinco videoinstalações de grandes dimensões. São elas a obra The American Gift (1975) de Vito Acconci, que em sua disposição espacial remete à ideia do Cavalo de Troia em diálogo com trabalhos de Anna Bella Geiger, Lenora de Barros e a dupla Mauricio Dias e Walter Riedweg. Já no segundo núcleo, o centro é o dispositivo Interface (1972), de Peter Campus, em que o espectador tem projetada sua imagem real dialogando com a instalação Amnésia (1991), de Rosângela Rennó.
A obra de Dan Graham, Present Continuous Past(s) (1974), explora o conceito do cubo branco imersivo, no qual o espectador é gravado e vê sua imagem reproduzida várias vezes, e será espelhada na obra Rio (2006), de Artur Lescher. Bruce Nauman, um dos pioneiros da videoarte performática está presente com a videoinstalação Going Around the Corner (1970), onde câmeras de vigilância posicionadas nas quinas superiores de um grande cubo branco captam a imagem do público que circula ao redor, reproduzindo as imagens em um dos monitores posicionados nos cantos e no chão.
Óbra de Nam June Paik, Moon is the Oldest TV, que apresenta as fases da Lua em monitores de televisão
Próxima a obra de Nauman está a instalação Inmensa (1982), de Cildo Meireles, espécie de escultura feita de mesas que originam outras em tamanhos crescentes. Por último, o coreano-americano Nam June Paik figura na mostra com a filosófica Moon is the Oldest TV (1965), em que televisores reproduzem um simulacro das variações das fases da Lua, na verdade uma construção técnica a partir do sinal eletrônico emitido pelos monitores catódicos. A obra é inédita no Brasil.
Circuitos cruzados: o Centre Pompidou encontra o MAM
Curadoria: Paula Alzugaray e Christine Van Assche
Abertura: 22 de janeiro de 2013 (terça-feira), a partir das 20h
de 23 de janeiro a 31 de março de 2013