Warhol está em voga. O Metropolitan Museum of Art, em Nova York, que raramente dá espaço para a arte contemporânea, organizou Regarding Warhol: Sixty Artists, Fifty Years, em cartaz até 31 de dezembro. A mostra reúne, em torno da obra de Warhol, trabalhos de nomes como Ed Ruscha, Jeff Koons, Allan McCollum, Douglas Gordon e Christopher Wool, avaliando o legado do rei da pop art na produção atual. Além disso, causa frisson a iminência da venda em uma casa de leilões de parte significativa do acervo da Fundação Warhol, a partir de 12 de novembro.
Outros eventos comemoram a efeméride em torno dos 50 anos de Campbell’s Soup Cans, a série de 62 silkscreens que transformou a latinha de sopa em ícone da cultura norte-americana. Mas foi dois anos depois que Andy Warhol criou sua obra-prima, a Brillo Box, segundo a análise do filósofo Arthur C. Danto no livro que leva o nome do artista.
Para Danto, a caixa de sabão em pó marca o fim do modernismo e o início de uma mudança filosófica na natureza do objeto de arte. O ponto alto da interpretação de Danto é a tese de que nada na obra do artista pop configurava uma crítica ao consumismo, pelo contrário, a obra de Warhol seria uma declaração de amor ao american way of life.
Andy Warhol, de Arthur C. Danto (trad. Vera Pereira).
Editora Cosac Naify, 224 págs., R$ 49