Um mundo à parte da indústria do entretenimento, o cinema autoral possui milhares de festivais, um público imenso, poucas estrelas que ficam e um mercado forte
Béla Tarr, Hungria
Ganhador do Urso de Prata na Berlinale com O Cavalo de Turim (2011), declarou que esse seria seu último filme. Em Cannes 2012, apresentou, como produtor, o filme FinalCUT, de György Pálfi.
Hong Sang So, Coreia do Sul
Dirige um filme ou mais por ano. Como diretor de uma história só, cria versões diferentes para temas, personagens e narrativas idênticas. Seu último filme, Da-Reun Na-Ra-E-Suh (In Another Country), concorreu à Palma de Ouro em Cannes.
Naomi Kawase, Japão
Das experiências documentais em vídeo ao cinema narrativo ficcional, destaca-se como uma das únicas mulheres japonesas a ganhar prêmios e a rodar o mundo com sua obra. Seu último filme, Hanezu no Tsuki, traz uma história de amor proibido.
Apichatpong Weerasethakul, Tailândia
Já levou uma Palma de Ouro em 2010. Além de filmes com ritmo e temas singulares, constrói obras imersivas para galerias e museus. Seu novo filme, Mekong Hotel, esteve em sessão especial em Cannes 2012.
Claire Denis, França
dirigiu filmes memoráveis, como Nénette et Boni, Vendredi Soir e 35 Ruhms e seu último longa, White Material (Minha Terra África), foi lançado no Brasil, mas sua obra permanece pouco conhecida por aqui.
Brillante Mendoza, Filipinas
Prêmio de melhor diretor em Cannes 2009, seu cinema é marcado pela linguagem virtuosa, com temas relacionados à violência e à pobreza. Colocou as Filipinas no mapa do circuito indie e seu último filme, Captive, com Isabelle Huppert, estava na Berlinale 2012.
Christian Petzold, Alemanha
Um dos expoentes da chamada Nova Escola de Berlim, seu cinema mistura rigor formal e angústia. Consagrou-se com Barbara e levou o prêmio máximo como diretor (Urso de Prata) na Berlinale 2012.
Artista, performer, escritora e diretora, July tem todos os requisitos para ser “a” estrela do mundinho indie. Seu último filme, The Future, traz a história de um casal em crise (ela é a atriz principal), contada por seu gato.
Aleksey Balabanov, Rússia
Conhecido como o David Lynch russo, dirigiu mais de 12 longas e expõe de maneira violenta e quase surrealista as feridas da antiga União Soviética. Sua verve kafkiana já levou grandes plateias ao cinema em seu país.
Ursula Meier, Suíça
Com apenas dois longas, levou em Berlim o prêmio Menção Especial (Urso de Prata) com o filme L’enfant d’en Haut (Sister). Com o filme Home ganhou destaque em festivais. Alguém a se observar.
*Francesca Azzi é curadora dos festivais Indie e Fluxus, que acontecem há 12 anos em Belo Horizonte e São Paulo. É também diretora da Zeta Filmes.
*Publicado originalmente na edição impressa #6.