Exposição do mineiro Guilherme Cunha em Brasília traz seis obras em que a ciência é substrato para a imaginação
Legenda: Tubos de oxigênio para ser inalado pelo público (Fotos divulgação)
A utilização da ciência como base para a imaginação, partindo da percepção pelo espectador de suas próprias ações mentais, é a premissa das seis obras que o artista mineiro Guilherme Cunha exibe até 18 de julho no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça (no prédio do Tribunal de Contas da União), em Brasília. É a exposição Diálogos Imaginários.
Legenda: Obra com narração de 390 nomes de cores para serem mentalizadas pelo espectador
O ato de respirar pode ser experimentado em toda sua potência com a inalação de oxigênio puro dos tubos dispostos em uma das salas. Os batimentos cardíacos do público são captados em duas saletas de madeira, equipadas com fios sensíveis. Transmitidos por caixas de som de uma para outra sala, esses impulsos vitais criam uma sonoridade que funciona como diálogo entre quem está numa cabine e na outra.
Duas videoinstalações, uma instalação de captação de impulsos cerebrais e uma “pintura em matéria mental” (na verdade a narração gravada de 390 nomes de cores para serem imaginadas pelo público) completam os experimentos/trabalhos.
Segundo o artista, “a exposição foi construída no formato de um laboratório para experimentações sensíveis, tendo como proposta o deslocamento cognitivo, ou seja, observa os processos de produção de conhecimento sobre aquilo que se percebe. Uma das premissas da pesquisa é o esvaziamento material das obras, elas existem apenas como suporte para o exercício imaginativo”.