icon-plus
Conceição dos Bugres no MASP [Foto: Sem Título (circa 1970), obras de Conceição dos Bugres (Eduardo Ortega/ Divulgação)]
Postado em 12/05/2021 - 9:31
Agenda do fim do mundo (12 a 19/5/2021)
Conceição de Bugres, Lia Menna Barreto, Hábito/Habitante, Gustavo Speridião e Enciclopédia Negra estão entre os destaques da agenda desta semana
Da redação

“Há toda uma geração de trabalhadores que jamais irá acessar qualquer rede de proteção social, que nunca terá uma legislação que os proteja. Esses, como diz Castel, terão uma vida errática no mundo do trabalho, caracterizada por atividades intermitentes e precárias. Não é exagero, portanto, afirmar que estamos nos tornando mais uma sociedade estamental do que de classes. Com isso se quer dizer que estamos nos tornando uma sociedade caracterizada pela ausência de direitos no trabalho.”
Cesar Sanson em Mundo do trabalho brasileiro: estamos deixando de ser uma sociedade de classes e nos transformando em uma sociedade estamental

EXPOSIÇÕES
Conceição dos Bugres: Tudo É da Natureza do Mundo
Bugres são trabalhos geralmente esculpidos em madeira e cobertos por cera de abelha ou parafina e tinta, mas que também podem ser feitos em pedra sabão e arenito, Conceição Freitas da Silva, mais conhecida como Conceição dos Bugres, é a artista escolhida para dar início ao biênio das Histórias Brasileiras no MASP. A partir do segundo semestre, a exposição de Conceição dos Bugres irá coincidir com as individuais de Erika Verzutti e Maria Martins (1894-1973), enfatizando o papel das mulheres para a linguagem escultórica no Brasil. A curadoria é de Amanda Carneiro e Fernando Oliva, curadores do MASP. De 14/5 a 30/1/2022

[Foto: Detalhe da obra de Lia Menna Barreto (Divulgação)]
Lia Menna Barreto: A Boneca Sou Eu
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul acaba de reabrir com duas exposições inéditas: Lia Menna Barreto: A Boneca Sou Eu — Trabalhos 1985-2021, a maior mostra já realizada da artista, que reúne centenas de peças produzidas ao longo de sua carreira; e 5 CASAS, de Bruno Gularte Barreto, que traz a público fotos, instalações e objetos relacionados a uma pesquisa artística que trata de temas como memória e autobiografia. De 11/5 a 8/8

[Foto: Vista da exposição (Divulgação)]
Hábito/Habitante 
Inaugurada em 1º de maio, dia de manifestação e reivindicação de direitos, a mostra pretende atuar como um convite à imaginação coletiva. As cerca de 60 obras aludem a discursos sociais e refletem sobre ideias como “hábito”, “repetição” e “distância”, noções que foram radicalmente reorientadas pela pandemia da Covid-19. Com curadoria de Ulisses Carrilho, a exposição foi montada sobre um fundo chroma key para incentivar a participação remota do público. Até 28/6.

[Foto: Vista da exposição no Espaço Fonte (Divulgação)]
Gustavo Speridião

O artista Gustavo Speridião apresenta duas individuais simultâneas em espaços diferentes. Na Sé Galeria exibe Time Color, enquanto Sobre Pintura acontece no espaço Fonte, ambos em São Paulo. Com texto de Miguel Chaia, o projeto é composto por pinturas de pequenas e grandes dimensões, nas quais palavras como tempo, desilusão ou luta aparecem em uma paleta reduzida ao preto, branco e vermelho, evocando imagens de manifestação ou o vocabulário da arte conceitual. Até 15/5.

[Foto: Ana de Jesus (2020), de Jackeline Romio (Divulgação)]

13 DE MAIO
Enciclopédia Negra
A mostra torna pública as 103 obras realizadas por 36 artistas contemporâneos para um livro homônimo lançado em março pela Companhia das Letras. Na publicação, de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, artistas como Amilton Santos, Dalton Paula,  Igi Ayedun, Jaime Lauriano, Mulambö, Oga Mendonça, Renata Felinto, entre muitos outros foram convidados a produzir retratos dos biografados. Na Pinacoteca do Estado até 8/11.

[Foto: capa da reedição de A (Des)educação do Negro, pela editora Edipro (Divulgação)]
A (Des)educação do Negro, de Carter G. Woodson
Um dos primeiros intelectuais negros norte-americanos a estudar a história da diáspora africana, Carter Godwin Woodson (1875-1950) é o autor do manual antirracista A (Des)educação do Negro (1933), que é relançado para coincidir com o Dia da Abolição da Escravatura (13/5) no Brasil, com prefácio assinado pelo rapper e escritor Emicida. A obra do historiador demonstra que o sistema não prepara o estudante negro para o sucesso e o impede de ter uma identidade própria, doutrinando para que assuma uma posição de submissão social. Editora Edipro. 128 páginas.

[Foto: Cena de A Rainha Nzinga Chegou (Divulgação)]
A Rainha Nzinga Chegou – SescTV
Dirigido pela antropóloga e cineasta Júnia Torres e pela atual rainha da Guarda de Moçambique, Isabel Casimira, o documentário mostra três gerações de rainhas negras que estiveram à frente da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio, uma irmandade negra de caráter essencialmente religioso, que descende da espiritualidade e das normas praticadas há séculos por Nzinga. Dia 14, às 23h, no SescTV.

(Foto: Divulgação)

O Dia Seguinte (ao 13 de maio)
O que mudou depois do dia 13 de maio? A partir desta pergunta o CCSP organiza programação especial sobre o 13 de maio, com artes visuais, música, teatro, moda, dança, cinema e ação cultural, além de criações novas e releituras de trabalhos fundamentais para se pensar o longo período pós-abolição no qual estamos inseridos hoje. A programação é viva e pode ser conferida no site da instituição. De 14 até 23/5.

[Foto: Arquitetura 3 (1950), de José Yalenti (Iara Venanzi/Divulgação)]
ONLINE
Fotoclubismo no Foto-Cine Clube Bandeirante, com Sarah Meister

Apesar dos esforços valiosos de uma série de curadores e instituições brasileiras, o FCCB é pouco conhecido e estudado. Para lançar luz sobre essa ausência, o Itaú Cultural promove o encontro entre o curador e pesquisador Rubens Fernandes Junior e a curadora americana Sarah Meister [diretora-executiva da Aperture e ex-curadora do departamento de fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA)], colocando em perspectiva internacional as notáveis realizações do Bandeirante. Live com vagas limitadas no dia 19/5.

[Foto: Still do filme Você Já Matou Um Urso – Ou Tornando-se Jamila (2012-13), de Marwa Arsanios (Divulgação)]
2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino
O festival apresenta mais de 40 produções cinematográficas árabes dirigidas por mulheres, e, neste ano, acontece integralmente online. Uma seleção de filmes de diversos formatos e gêneros explora a multiplicidade dessas cinematografias em países como Egito, Líbano, Palestina, Sudão, entre outros. A programação inclui debates, mesas redondas e uma masterclass com a diretora palestina Larissa Sansour. Gratuito. De 19/5 a 27/6.

[Foto: A Coleção (2009), detalhe da instalação de Pazé (Divulgação)]
Webinar 1981/2021 Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira
Como parte da exposição de mesmo nome, em cartaz no CCBB Rio de Janeiro até 26/7, acontece nesta sexta-feira um webinar com a participação do curador da mostra, Raphael Fonseca, e da crítica e curadora de arte Fernanda Lopes. Fonseca falará sobre os recortes propostos a partir da coleção de arte do casal carioca radicado em São Paulo. Fernanda Lopes contextualiza parte das obras dentro de perspectivas da história da arte no Brasil. Dia 14/5, às 16h.

[Foto: Cena da peça Portar(ia) Silêncio (Divulgação)]
Portar(ia) Silêncio e A Cobradora
Nesta sexta, as criações do diretor e ator Jhoao Junnior e da Zózima Trupe serão transmitidas em conjunto. Ambas as peças costuram a cidade a partir do olhar de indivíduos que ocupam posições subalternas e que veem a cidade de forma muito particular: as cobradoras e os porteiros. A pandemia potencializou tanto a solidão quanto a situação de invisibilidade. Porteiros e cobradores estão entre as categorias mais atingidas pela Covid-19. Online e gratuito. De 14 a 24/5, de sexta a segunda, às 20h.

[Foto: Divulgação]
Art Basel Hong Kong Conversations
O programa de conversas da Art Basel Hong Kong começa esta semana, com curadoria da escritora e editora Stephanie Bailey. Amanhã, 13/5, a mesa Definindo a China ‘Global’: Arte Contemporânea na China Agora debate a paisagem em mudança da arte contemporânea chinesa, tanto dentro do país quanto no cenário global. As próximas mesas incluem conversa com o Asia Art Archive sobre iniciativas artísticas independentes em Hong Kong e um debate com base nas descobertas do The Art Basel e do UBS Global Art Market Report. De 19 a 23/5.

[Foto: Divulgação]
CURSOS
Mulheres, trabalho e o trabalho de arte no Brasil
Partindo da constatação que esta pandemia afetou diretamente os profissionais da cultura e particularmente as mulheres, Mariana Leme, propõe uma visão panorâmica sobre a questão trazendo imagens do trabalho, a atuação feminina e os estereótipos presentes na cena artística. Flora Leite e Millena Lízia participam com palestras realizadas ao longo do curso que acontece no Sesc Carmo de 19/05 até 23/06. Inscrições até 18/05.

[Foto: obra da série A Guerra dos Kanaimés (2020), de Jaider Esbell (Cortesia do artista)]
Arte indígena contemporânea
O curso 100% online coordenado por Jaider Esbell e Paula Berbert aborda assuntos relativos à emergência da Arte Indígena Contemporânea no Brasil, pensando suas potências, desafios e implicações a partir da imagem do “encontro entre mundos”. A reflexão atravessa as práticas de artistas e curadores indígenas e suas relações com as cosmovisões de seus povos, além das condições históricas que possibilitam a atual circulação da Arte Indígena Contemporânea nos espaços de arte ocidental. O curso acontece no Centro de Pesquisa e Formação do SESC do dia 17/5 até 21/5. Inscrições até 13/5.

(Foto: Reprodução)

INSCREVA-SE
Prêmio Museu É Mundo
O Prêmio Museu É Mundo tem como missão mapear, fomentar, difundir e viabilizar ações artísticas que propiciem desenvolvimento cultural e social, a partir da potencialidade da arte e de seus efeitos multiplicadores. O prêmio foi idealizado pela colecionadora Mariana Moura, em colaboração com um conselho consultivo e com a N+1 Arte Cultura, de Têra Queiroz e Daniel Rangel, responsáveis pela gestão e curadoria do prêmio. Inscrições abertas até 31/5.

[Foto: Divulgação]
Residência Cultural – Moldar o Existir: Vivências Mediadas pelo Barro
Com coordenação de Renata Felinto o programa propõe (com)vivências e intercâmbios criativos entre diferentes agentes das artes, que participam e contribuem com processos de pesquisa, criação, execução, registro, documentação e reflexão acerca das artes em sua trajetória. Serão selecionadas 6 propostas, nos campos das artes visuais, artes cênicas, artes do corpo, música, literatura, bem como as suas subáreas. A residência, uma iniciativa da Oficina Brennand, em Recife, acontece entre os meses de agosto e novembro de 2021.  Inscrições abertas até 11/6. [Foto: Divulgação]