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Fotografia da série Rio Baile Funk (2005-2021), de Vincent Rosenblatt (Foto: Divulgação)
Postado em 13/04/2022 - 2:42
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (13 a 20/4)
Agenda da semana traz exposições em cartaz e destaques do Abril Indígena
Da Redação

ABERTURAS
Insouciance: Juventudes Transatlânticas, de Vincent Rosenblatt
Amanhã, 14/4, a Galeria da Aliança Francesa Botafogo apresenta a exposição individual do fotógrafo francês. A mostra reúne cerca de 90 fotografias produzidas na França e no Brasil, entre 1997 a 2021, sobre a juventude dos dois países. Em destaque, a série inédita que retrata jovens de origens multiculturais feita na cidade de Niort, centro-oeste da França, e Cachoeiras (2000-2002), outro trabalho inédito que flagra os cariocas nas cachoeiras da mata urbana do Rio de Janeiro. A exposição, que fica em cartaz até 18/7, também conta com o lançamento do livro Rio Baile Funk, no dia 11/5. “Esta exposição é a oportunidade de ter um olhar introspectivo sobre o meu trabalho.  É quase uma autoanálise em que descubro certas obsessões visuais que sustentam o meu olhar ao longo dos 25 últimos anos em territórios diferentes”, afirma Vincent Rosenblatt. 

Ossain (2008), da série Bori (Oferenda à Cabeça), de Ayrson Heráclito (Foto: Divulgação)

EM CARTAZ
Yorùbáiano, de Ayrson Heráclito
A retrospectiva do artista baiano, na Estação Pinacoteca, reúne 63 obras, com instalações, fotografias, vídeos e performances que abordam as feridas abertas da história colonial. Sua produção articula culturas diversas, de mitos iorubanos ou nagôs e jejes até um amálgama cultural único de saberes ancestrais, ensinamentos, lendas, ritos e visões de mundo de matrizes religiosas e culturais do candomblé. Dividida em três salas, a curadoria, assinada por Amanda Bonan, Ana Maria Maia e Marcelo Campos, articula o uso por Heráclito de materiais orgânicos que, segundo o artista, compõem histórica e simbolicamente o “corpo cultural diaspórico”. O açúcar rememora a ganância da monocultura canavieira escravocrata, evocando ao mesmo tempo a divindade ou orixá Exú, a quem é ritualmente oferecida a cachaça. Ayrson também se vale da polissemia do azeite de dendê, simbolizando os fluidos vitais do corpo humano. Até 22/8. Entrada gratuita.

Padrão sobre Corpo 2 (2020), de Agrade Camiz
(Foto: Divulgação)

QUITAÇÃO, de Agrade Camiz
”O título da mostra alude aos sonhos embalados para o consumo da população periférica, da casa própria financiada a perder de vista aos carnês de parcelas infinitas para procedimentos estéticos. Ao ironizar a ideia de quitação, Agrade enfatiza uma operação recorrente no seu trabalho: retirar aqueles que estão às margens do lugar de vítimas para as posições de desejo e poder”, escreve Daniela Name no texto crítico. A mostra confirma a aproximação da artista carioca com a ideia de trânsito de imagens e valores, com o empenho de discordar de posições históricas de poder, fazendo um rearranjo de hierarquias narrativas nos discursos marginalizados. N’A Gentil Carioca. Até 7/5.

Canudos Não Se Rendeu (2021), de Luiz Zerbini (Foto: Divulgação/Isabella Matheus)

Mesma História Nunca é a Mesma, de Luiz Zerbini
Em cartaz no MASP, a individual é desdobramento de uma pintura do artista realizada em 2014, intitulada A Primeira Missa, que questiona a imagem e as narrativas estabelecidas acerca da relação entre invasores e indígenas no processo colonial brasileiro. Também, uma série de monotipias, desenvolvidas a partir do romance Macunaíma, denuncia a fundação do Brasil na perspectiva do universo de um personagem indígena. Curadoria de Adriano Pedrosa e Guilherme Giufrida. Até 5/6. R$ 50.

Besta Pública (lapidarium) (2021), de Simone Cupello (Foto: Divulgação/Rafael Salim)

Sombras sem Figura, de Simone Cupello
Com curadoria de Marisa Flórido, a mostra reúne obras recentes da artista carioca sobre o tempo e o estatuto da imagem. Recorrente em sua prática, um grande acervo de fotografias analógicas coletado ao longo de anos aparece em trabalhos com características escultóricas e instalativas. “Cupello debruça-se, pela fotografia, na investigação da imagem: seu estatuto difícil, os códigos de enquadramento e os dispositivos que determinam os regimes de visibilidade, que moldam as subjetividades, que codificam vida e arte”, escreve Flórido. Ainda que a figura humana não apareça, ela é evocada ao longo da exposição, sugerindo histórias de pessoas que se apagaram com o tempo. Até 21/5. Na Central Galeria.

À Tarde (2022), de 
Tadáskía (Foto: Divulgação/Estúdio em Obra)

Noite Dia, de Tadáskía
A primeira individual da artista reúne uma série de obras recentes e inéditas, entre desenho, pintura, fotografia, escultura e vídeo, fruto de sua primeira viagem ao exterior. O deslocamento, possibilitado pela residência Homesession, em Barcelona, permitiu à artista carioca a mudança de percepção em relação ao próprio trabalho. “Em um lugar é dia, enquanto em outro é noite. As coisas mudam dependendo do lugar, a imaginação muda”, escreve Tadáskía. Segundo a curadora Clarissa Diniz, sua produção pode ser agrupada em “famílias”, conjuntos de obras com características semelhantes, mas que diferem no ritmo da movimentação de um grupo para outro, em que se relacionam o diferente e o parecido. Em cartaz na Sé Galeria, até 11/6.

Gravura de Xadalu Tupã Jekupé (Foto: Divulgação)

Experiência Compartilhada: Ateliê de Gravura da Fundação Iberê
A exposição coletiva reúne obras produzidas nas mais variadas técnicas da gravura em metal. O recorte curatorial, feito por Eduardo Haesbaert, parte da Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê para apresentar 30 obras, sendo 22 delas inéditas, de 27 nomes das artes gráficas, como Alex Cerveny, Antonio Dias, Elida Tessler, Iberê Camargo, Lia Menna Barreto, Lucas Arruda, Maxwell Alexandre, Miguel Rio Branco, Regina Silveira, Santídio Pereira, Teresa Poester, Xadalu Tupã Jekupé, entre outros. No Instituto Ling. Até 28/5.

Obra de Rosana Paulino (Foto: Divulgação)

Espaços do Ainda
Resultado de um projeto de pesquisa sobre as relações entre arte e precariedade desenvolvido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em parceria com o Arquivo Nacional, o Paço Imperial apresenta a mostra com produção de oito artistas contemporâneos acerca do debate sobre arte e política. Os trabalhos, reunidos pelo curador e pesquisador Luiz Cláudio, dialogam com questões éticas e políticas urgentes que tocam o campo da estética. Fazem parte da exposição Ana Emerich, Christus Nóbrega, Cristiana Miranda, Leila Danziger, Livia Flores, Patricia Franca-Huchet, Floriano Romano e Rosana Paulino. Ainda, a mostra conta com um programa de conversas em vídeo transmitido pelo canal de Youtube Arte e Precariedade. Até 26/6.

Boneca Karajá da coleção do Museu do Pontal (Foto: Divulgação)

NÃO PERCA
Abril Indígina no Museu do Pontal 
A instituição dedica sua programação cultural e educativa nos fins de semana de abril a celebrar a cultura, tradição e a força dos povos originários do Brasil. As atividades gratuitas foram orientadas por artistas e lideranças indígenas de diversos povos. No sábado, 16/4, às 16h, acontece a oficina Tafke-â Cruz – Pintura Corporal, Dança e Canto; no domingo, 17/4, às 16h, a oficina Plantas Medicinais Sagradas, com Xumaya Xya; na segunda, 18/4, a live Mulheres Indígenas na Cerâmica, às 18h, é transmitida no canal do Museu do Pontal no Youtube, apresentado pela historiadora Juliana Pereira, e palestras de Francy Baniwa, Waxiaki Karajá, Chang Whan. A coleção do museu conta com duas Bonecas Karajá, que podem ser vistas na exposição Novos Ares! Pontal Reinventado!, acompanhadas de textos de Waxiaki Karajá e Ailton Krenak. Programação completa pelo link.

(Foto: Divulgação)

Plantas, Paisagens e Conservação da Vida Promovidas pelos Povos Indígenas
Hoje, 13/4, às 19h, o Museu Paranaense, em Curitiba, organiza mesa-redonda sobre as relações entre humanidade e natureza, com o arqueólogo especialista em Amazônia, Eduardo Goés Neves, a professora indígena do povo Kaingang, Sirlei Garigtánh Fernandes, e a professora e pesquisadora Ariane Saldanha de Oliveira. A atividade presencial é gratuita e vinculada ao Abril Indígena e ao programa público Se Enfiasse os Pés na Terra: Relações entre Humanos e Plantas, do MUPA. A programação segue até o mês de maio. Agenda completa pelo site da instituição.