icon-plus
Figura com Três Animais, de Fernando Lopes da Paz (Foto: Divulgação)
Postado em 23/03/2022 - 4:39
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (23 a 30/3)
Confira os destaques da agenda da semana, recheada de aberturas e eventos em cartaz
Da Redação

ABERTURAS
Movimento Armorial: 50 Anos
Música e artes plásticas encontram-se na mostra do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio que homenageia a Arte Armorial, introduzida pelo dramaturgo e escritor paraibano Ariano Suassuna. Com curadoria de Denise Mattar, obras de Francisco Brennand, Antônio Carlos Nóbrega, Gilvan Samico e Aluísio Braga, entre outros, ilustram a produção do movimento artístico lançado no Recife em 1970. A exposição é organizada em núcleos, trazendo à tona a diversidade, tradições e as mais representativas raízes da cultura popular nordestina. A partir de terça, 29/3.

Sem Título [Vuadora por Conta do Pisão na Orelha], da série Vuadora (2019), de Paulo Nazareth (Foto: Divulgação)
Vuadora, de Paulo Nazareth
A mostra abre a programação do ano do Pivô, ocupando seus dois espaços expositivos e sendo fio condutor para os projetos individuais e coletivos que a sucedem. Com curadoria de Fernanda Brenner e Diane Lima, a individual reúne uma combinação de trabalhos do artista mineiro das últimas duas décadas – como as séries Cadernos de África e a coleção Produtos do Genocídio – e obras comissionadas para a ocasião, que questionam ideias de origem, identidade e pertencimento. A partir de sábado, 26/3.

Ruína Brasilis (2021), de Adriana Varejão (Foto: Vicente de Mello/Divulgação)

Adriana Varejão: Suturas, Fissuras, Ruínas
Com mais de 60 obras produzidas entre 1985 e 2022, a mostra traça a trajetória de produção da artista carioca, pautando sua investigação sobre a história visual e as tradições iconográficas europeias. A superfície da tela é um elemento essencial da sua produção, acompanhado do corte, da rachadura e da fissura. Com curadoria de Jochen Volz, a retrospectiva ocupa sete salas da Pinacoteca, assim como o Octógono, com inauguração neste sábado, 26/3.

Cena de Altamira 2042 (Foto: Nereu Jr/Divulgação)

Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha
O Sesc Avenida Paulista apresenta a partir de sexta, 25/3, a instalação sonora da atriz e diretora carioca. A obra reproduz no espaço, por meio de aparatos audiovisuais, os sons do rio Xingu, na bacia amazônica. Caixas de som que amplificam testemunhos diversos sobre a catástrofe causada pela hidrelétrica de Belo Monte, que afeta toda a bacia do Rio Xingu e seus arredores. A instalação faz parte do projeto de pesquisa Margens sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes, em que Cunha se dedica, desde 2013, a ouvir e ampliar o testemunho de rios brasileiros em catástrofe. R$ 30.

(Foto: Divulgação)

Equilíbrio – Florada – Solares, de Rochelle Costi
“Em um primeiro momento, a mostra pode parecer tratar da repetição, mas é sobre a impossibilidade do repetir-se. Busco comprovar a transitoriedade do que nos rodeia e compõe.”, comenta a artista sobre sua individual, em cartaz na galeria Celma Albuquerque, em 26/3. A mostra é formada por três séries fotográficas que se relacionam com os ciclos da natureza, intituladas Florada, Equilíbrio e Solares.

Mirrors, da série Desejo/Arquitetura do Secreto (2014), de Monica Barki (Foto: Divulgação)

As – Durães Rego Barki Gutmacher
Inaugurando o novo espaço da Galeria Patricia Costa, a coletiva reúne obras de Ana Durães, Ana Luiza Rego, Monica Barki e Nelly Gutmacher  a partir de amanhã, 24/3. Pintura, fotografia e objetos pictóricos ocupam os 160m² da galeria carioca. Para Sonia Salcedo del Castillo, que assina a curadoria, As trata de “pulsão léxica, de convivialidade, que é ulterior à retórica feminina. Trata-se de uma dinâmica legada de experimentações nas décadas de 60-80, da performance ao conceitual, passando pela ideia de objetualidade que nos conduz à percepção de certa carnalidade corpórea, quiçá emprestada da pintura. Sensualidade de corpos, curvas e formas sinuosas, de frestas ambiguas e imagens oníricas, de fragmentos míticos, ancestrais, eróticos, naturais”.

Obra de Nair Benedicto (Foto: Divulgação)

Terra em Tempos
A curadoria de Beatriz Lemos reúne 270 fotografias, produzidas a partir de 1860, em sete eixos temáticos que discutem as construções de identidade, cultura e história do Brasil, a partir do acervo do MAM Rio. Considerando as relações entre construção do Brasil e a imagem fotográfica, são selecionados trabalhos de Claudia Andujar, Élle de Bernardini, Evandro Teixeira, Geraldo de Barros, Iole de Freitas, Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Mario Cravo Neto, Maureen Bisilliat, Miguel Rio Branco, Pierre Verger, Simone Rodrigues, Walter Firmo, entre outros. A exposição também inclui uma nova montagem da instalação Filha Natural, de Aline Motta. Abertura sábado, 26/3, no MAM Rio. R$ 20.

Brancusi (1998), de Raul Mourão (Foto: Divulgação)

A Dobra no Horizonte
A mostra coletiva abre hoje, 23/3, tem curadoria do artista Marcos Chaves e reúne produções de 14 artistas cariocas da geração dos anos 1990. ”O fio condutor da exposição é a linha do horizonte. Mais do que um dado da paisagem, o horizonte, na mostra, é uma metáfora.”, afirma o curador.  A articulação entre as obras dos artistas Carla Guagliardi, André Costa, Ernesto Neto, Fernanda Gomes, Marcia Thompson, entre outros, visa destacar os interesses em comum dessa geração, ao mesmo tempo em que afirma a originalidade de suas abordagens, em proposições que mesclam escultura, pintura, desenho, instalação, fotografia e vídeo. Na Nara Roesler do Rio de Janeiro.

(Foto: Divulgação)

Mulheres Dopadas e a Pintora Esquecida, de Pinky Wainer 
O Projeto Vênus faz abertura tripla neste sábado, 26/3. Pinky Wainer expõe uma série de pequenas aquarelas que têm como tema a experiência da mulher no mundo hoje, com muitas doses de psicotrópico, melancolia e mistérios. Adriana Coppio mostra pinturas recentes, em que mescla o universo cotidiano ao sobrenatural, flertando com o cinematográfico, e Heloisa Franco divide o espaço da Lanterna Mágica com Wainer, reunindo abstrações viscerais sob o título Gênero: Paisagem. Os dois espaços ficam na Travessa Dona Paula, em São Paulo.

EM CARTAZ

(Foto: Divulgação)

Sob Ataque
O coletivo Garapa ilumina, em mostra no Instituto Pavão Cultural, em Campinas, os efeitos que a Revolução Paulista na capital do estado tiveram para o surgimento da Cracolândia. O projeto mapeia, a partir da fotografia de um imóvel bombardeado da Rua Helvétia no 2 (atual local da concentração de viciados em crack e outras drogas), episódios de violência ocorridos no lugar desde então. A mostra reúne iconografia colhida em diferentes acervos documentais, como o Instituto Moreira Salles, a Fundação Energia e Saneamento e a Casa da Imagem, além de registros fotojornalísticos contemporâneos. ”A proposta é fazer uma leitura transversal dessas tensões, desde a formação do bairro dos Campos Elíseos até a atualida- de”, dizem os idealizadores Rodrigo Marcondes e Paulo Fehlauer. Até 1/5.

Sem título (Flores Con Incrustaciones de Fichas), de Feliciano Centurión (Foto: Cortesia Galeria Millan)

Beleza Cotidiana, de Feliciano Centurión
A trajetória do artista paraguaio é homenageada em mostra inédita na Galeria Millan, em cartaz até 9/4. Com curadoria de Dominic Christie, a individual apresenta conjunto de peças inéditas e em tecido, organizadas em três núcleos temáticos: Fauna e Flora, Iconografia Religiosa e Espiritual, e Materialidade. ”A mostra pretende demonstrar como a linguagem visual de Centurión emergiu a partir de uma síntese singular de suas raízes Paraguaias e Guaranis e do ambiente cultural de Buenos Aires entre as décadas de 1980 e 1990”., escreve o curador. A relevância do contato com o mundo natural em sua produção, bem como as técnicas e motivos adotados, reportam às raízes étnicas Guarani do artista.

Drama Marajoara (década de 1950), de Victor Brecheret (Foto: Divulgação)

Brecheret 1922-2022 – Nos Passos da Modernidade
Facetas menos exploradas (e muito menos vilipendiadas) do autor do Monumento às Bandeiras são apresentadas na retrospectiva realizada pela galeria de Arte André em parceria com a Fundação Victor Brecheret. São cerca de 80 esculturas (gesso, terracota, bronze, mármore, pedra, cimento) – muitas inéditas ou pouco exibidas –, a que se somam relevos de gesso e maquetes que deram origem a monumentos, estudos de túmulos, fotografias, documentação de época e desenhos, totalizando 130 itens da historiografia do artista. Organização de Octavio Guastini e Sandra Brecheret Pellegrini, com texto crítico de Mario Gioia. Até 22/5.

Obra de Rodrigo Pivas (Foto: Divulgação)

Vozes da Parede: O Testemunho do Espaço 
Esculturas, fotografias, vídeos e performances ao vivo compõem a mostra em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, até 12/4. A coletiva é resultado de uma pesquisa feita por Paula Halker, Marina Legaspe e Emilie Becke, a partir do corpo, espaço e som para ativar memórias perdidas. Seis performances são apresentadas ao longo da temporada (25/3, 1/4 e 8/4, sextas-feiras, 19h; e 26/3, 2/4 e 9/4, sábados, 15h), em que Halker utiliza faixas gessadas sobre seu corpo para criar um duplo seu que fica exposto na parede. Entrada gratuita. 

Over the Horizon (II) (2022), de Ana Calzavara (Foto: Filipe Berndt/Divulgação)

Além do Horizonte, de Ana Calzavara 
Um conjunto inédito de pinturas, impressões digitais e gravuras sobre madeira propõe uma reflexão entre o gesto manual e mecânico na individual da artista paulista. Na pintura Revoada (2021), a artista trabalha a imagem de origem de várias formas, compondo diferentes percepções. “Aquilo que na pintura é quase uma imagem romântica, vai se diluindo nas impressões digitais”, explica a artista. Neste e nos demais trabalhos, Calzavara conjuga referências antagônicas e convida o visitante a experimentar o mesmo. Em cartaz na Galeria Marília Razuk. Até 26/3. 

Capa de Silva: Um Gênio na Coleção Orandi Momesso

LITERATURA
Silva: um Gênio na Coleção Orandi Momesso
O livro narra a trajetória do artista autodidata José Antonio da Silva por meio da seleção de 70 trabalhos do artista pertencentes ao acervo de Orandi Momesso, idealizador da publicação. Além da produção visual, a obra conta com textos de Ana Paula Nascimento, Augusto de Campos, Olívio Tavares de Araújo, Paulo Pasta e Paulo Venancio Filho, e cronologia de Fernanda Pitta. 348 págs., R$ 200.

Still do trailer de Tambores da Diáspora (Foto: Divulgação)

CINEMA
Tambores da Diáspora, de João Nascimento
O Cine Marquise recebe hoje, 23/3, às 19h30, exibição única do mais recente documentário do diretor paulista. Acerca da ancestralidade e da tecnologia dos tambores no ambiente sócio-cultural da sociedade contemporânea, o filme traça um viés político e cultural que envolve os instrumentos em questões sociológicas, ritualísticas e artísticas e seu papel de porta-voz da diáspora africana, trazendo depoimentos e narrativas de grandes nomes da percussão. Entrada gratuita.

INSCREVA-SE
A Performance e os Povos Indígenas
Emergindo em recortes históricos e narrativas, desde a invasão de Abya Yala (hoje denominada Brasil) até a Arte Indígena Contemporânea, o curso online do Paço das Artes e ministrado por Abiniel Nascimento, aponta para um debate sobre o conceito de performance em seus diversos espectros. De 7/4 a 15/5, quintas-feiras, às 19h. R$ 120. 

Foto de Carola Saavedra (Foto: Camila Loreta/Divulgação)

ONLINE
Passaporte Literatura: Em Casa
Amanhã, 24/3, às 19h, o Goethe-Institut SP organiza a primeira série de conversas do ano com a escritora Carola Saavedra, autora de diversos romances premiados e traduzidos para outras línguas. Saavedra apresenta suas obras e leituras, o trabalho com tradução e como tem sido viver e trabalhar com literatura entre Brasil e Alemanha. Sob curadoria de Marcelo Lotufo e Tarso de Melo, o Passaporte: Literatura promove, desde 2018, encontros entre nomes em destaque da literatura atual, como tradutores e editores, para falar sobre a literatura de língua alemã. Gratuito.

(Foto: Divulgação)

Povos Indígenas no Nordeste: Resistências e Existências na Luta pelo País Plural 
A roda de conversa online acontece amanhã, 24/3, às 16h, com transmissão pelas redes sociais do Cimi e organizações apoiadoras da causa indígena. O debate entre Saulo Feitosa, Maria dos Prazeres, Claudinha Truká e Gecinaldo Xukuru-Kariri, reflete sobre a resistência dos povos frente aos grandes projetos que continuam promovendo a sua desterritorialização, além dos impactos ambientais, como por exemplo a destruição do Rio Opará (Rio São Francisco) com a construção de barragens, hidrelétricas e a transposição, e a construção de usina nuclear.