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Entrevidas, da série Fotopoemação (1981), de Anna Maria Maiolino (Foto: Henri Virgil Stahl/Divulgação)
Postado em 04/05/2022 - 6:24
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (4 a 11/5)
De individual de Anna Maria Maiolino a documentário sobre o Jornal Boca de Rua, confira os destaques da semana
Da Redação

Psssiiiuuu…, de Anna Maria Maiolino 
Cerca de 300 obras da artista ítalo-brasileira ocupam o Instituto Tomie Ohtake na mostra retrospectiva que abre ao público neste sábado, 7/5, das 12h às 15h. A curadoria de Paulo Miyada, construída em constante diálogo com Maiolino, propõe uma “antologia espiralar” com trabalhos de diversos períodos e linguagens, como a remontagem de Arroz e Feijão (1979), que inclui a oferta de refeições para o público em algumas ativações; uma instalação inédita no Brasil intitulada O Amor se Faz Revolucionário, baseada em projeto realizado em 1992 que homenageou mulheres durante a ditadura militar argentina; e obras que remetem à importante mostra política realizada no Brasil, em 1978, Aos Poucos. ”A mostra circula entre todas as fases e suportes da carreira da artista, traz pinturas, desenhos, xilogravuras, esculturas, fotografias, filmes, vídeos, peças de áudio e instalações. A analogia com a espiral se refere à maneira de voltar e ir adiante ao invés de seguir uma cronologia linear”, destaca o curador. Entrada gratuita.

Obra de Tonico Lemos Auad (Foto: Divulgação)

ABERTURAS
Desconhecido Para o Mundo, de Tonico Lemos Auad
Obras têxteis e esculturas produzidas com madeira de demolição compõem a mostra do artista paraense na Galeria Luisa Strina, com abertura amanhã, 5/5. Auad investiga as relações desses materiais com a arquitetura e a paisagem por meio das práticas e técnicas artesanais, como o bordado e o entalhe em madeira e pedra. Entre as peças apresentadas, está a escultura que dá título à exposição, formada por quatro vigas de reuso com alturas variadas e posicionadas verticalmente. Nas obras têxteis de parede, o artista explora uma extensa gama de variações tonais que se tornam visíveis apenas quando os diferentes tipos de linha são colocados lado a lado, evocando paisagens noturnas. Para Auad, são trabalhos que propõem uma temporalidade estendida que vai contra o modelo econômico do capitalismo avançado, apontando para dimensões ambientais e de reaproveitamento.

Beiral, Série Ventana (2021), de Mano Penalva (Foto: Ana Pigosso/Divulgação)

Alpendre, de Mano Penalva
Conjunto de trabalhos inéditos, entre objetos e instalações, remontam à pesquisa e prática do artista a partir de amanhã, 5/5, na Portas Vilaseca Galeria. Penalva propõe novos agrupamentos estéticos a partir de experiências de coleta de histórias e da observação de campo em seus trânsitos entre a casa e a rua. ”Alpendre é um lugar de passagem que estabelece uma graduação marcada entre o espaço interior e exterior de uma residência, funcionando como um ponto transitório de reflexão e mirada. Pode ser entendido como uma zona climatológica onde passamos da sombra privada à claridade social, ou vice-versa”, escreve o curador e escritor Tiago de Abreu Pinto no texto crítico. A mostra convida o espectador a vivenciar a “estrutura-alpendre” nos níveis arquitetônico e corporal.

Intervenção de Pontogor sobre still de vídeo de Manon de Boer (Foto: Divulgação)

Horror Vacui
A Coleção Moraes-Barbosa, na Travessa Dona Paula, 120, abre, neste sábado, 7/5, mostra coletiva com obras de Antonio Dias, George Perec, Guy Debord, Joseph Kosuth, Marilá Dardot, Mira Schendel, Rivane Neuenschwander, Yves Klein, Pontogor, entre outros. O último é organizador da mostra e participou, em 2020, do programa de bolsas da CMB, produzindo Como Ver um Fantasma?, vídeo-ensaio que relaciona e apresenta reflexões sobre o vazio a partir de diversas autoras e autores. 

Crônica de Banalidades Ordinárias (2019), de Sylvia Sanchez (Foto: Divulgação)

EM CARTAZ
O Encontro É um Lugar Impossível
A mostra no Centro Cultural Correios São Paulo reúne 56 obras de 24 artistas, como Ana Takenaka, Antonio Pulquério, Jeff Barbato, Julie Dias, Lucas Souza, Raquel Fayad, Thiago Goya, Vera Parente, entre outros, todos participantes da segunda edição do edital Meios e Processos, em 2020, sob orientação de Andrés I. M. Hernández e Kátia Salvany. Como resultado das trocas e encontros, o grupo organiza de forma independente a exposição coletiva, com curadoria de Allan Yzumizawa. A mostra parte da heterogeneidade das pesquisas individuais de cada artista, evidenciando os dissensos que acontecem quando reunidos coletivamente. ”Tem a divergência e o conflito como potência, indo em direção oposta ao que vivenciamos na atual sociedade dos algoritmos, que nos induzem a conviver apenas com aquilo de que gostamos e repudiar o que é diferente ou quem pensa diferente”, escreve o curador. Até 3/6. Entrada gratuita.

Caminho Suave, de Bruno Novaes (Foto: Divulgação)

Complete as Lacunas, de Bruno Novaes
O artista e educador realiza mostra sobre as regras e padrões escolares, no Espaço Força e Luz, em Porto Alegre, até 4/6. Novaes ocupa os ambientes do Edifício, tombado como patrimônio histórico, com série de obras acerca das normatividades perpetuadas no ambiente escolar, como a instalação Corpo Decente, composta por uma pilha de giz de lousa, que pesa cerca de 70 quilos, enquanto um áudio de 50 minutos toca repetidamente depoimentos de professores que sofreram com algum tipo de censura ou discriminação. Entrada gratuita.

Drusaliva (2022) de Rodrigo Torres (Foto: Divulgação)

Livro de Quartzo, de Rodrigo Torres
Em referência à obra homônima realizada no ano passado, a mostra, em cartaz n’A Gentil Carioca RJ, apresenta a mais recente produção do artista carioca. Nos últimos anos, Torres empenhou-se em expandir as múltiplas possibilidades da prática em cerâmica, experimentando diferentes processos de queima, modulação e pigmentação das peças reunidas, resultando em uma expansão não apenas técnica, mas também conceitual de sua produção. Suspensas por um aparato de metal, duas obras que ocupam a segunda sala da galeria convidam o público a experienciar suas inusitadas potencialidades sonoras. Na sala da frente, além de vasos expostos em prateleiras que tensionam a dimensão decorativa das cerâmicas, o artista exibe esculturas que evocam a forma de galhos de árvores – estruturas verticais de aço moduladas e queimadas também no forno cerâmico. Texto crítico de Victor Gorgulho. Até 30/7.

Pintura de Guilherme Dable (Foto: Divulgação)

Não um Tempo, Mas um Lugar, de Guilherme Dable
Com curadoria de Francisco Dalcol e Fernanda Medeiros, a mostra individual ocupa duas galerias do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), até 14/8. Em torno do desenho e da pintura, a exposição reúne parte de sua produção atual com obras do início de sua carreira, propondo uma visão mais ampla de sua trajetória como artista. Ainda, Dable apresenta experimentações com vídeo e instalação, como O Samba Ainda Não Chegou (2016-2022), O Domador (2015) e Tacet (2008-2012), que integram o acervo do MARGS. Entrada gratuita.

Isolamento Lipe (2020), de Claudio Edinger (Foto: ClaudioEdinge/Divulgação)

ÚLTIMOS DIAS
Quarentena – O Isolamento Social na Pandemia, de Claudio Edinger
Até este sábado, 7/5, a Galeria Lume apresenta mostra do fotógrafo carioca com imagens capturadas durante a pandemia da Covid-19 e da série Machina Mundi. Sob suas lentes, estão sujeitos anônimos, artistas e profissionais reconhecidos em suas respectivas áreas de atuação, todos posando em um ambiente ou junto a objetos que, mesmo que discretamente, revelam algo sobre o sujeito ali fotografado. ”Edinger buscou retratar o contrário, a não-ação, o tédio, a espera, a contemplação infinita do tempo respeitando cada entorno como o contexto que os protege e identifica”, afirma Marcello Dantas, autor do ensaio crítico. No mesmo dia, Sempre Tem Alguém em Casa, mostra de Nazareno acerca das memórias e aspectos sutis do cotidiano, chega ao fim. Recriando passagens e diálogos, o artista mergulha no próprio lar para estabelecer conexões universais com seu interlocutor. “Nazareno interessa-se pelas relações que conformam este espaço doméstico de intimidade, o jogo subversivo que ocorre nos lares mundo afora, que são a melhor imagem da diversidade cultural, ideológica e geográfica do ser humano”, escreve a curadora Ana Carolina Ralston.

(Foto: Luiz Abreu/Divulgação)

CINEMA
De Olhos Abertos, de Charlotte Dafol
O jornal Boca de Rua, produzido por jornalistas-jornaleiros que habitam espaços públicos da cidade, é tema do longa-metragem da cineasta e fotógrafa francesa radicada brasileira. O documentário acompanha de perto os integrantes do jornal e a luta cotidiana de pessoas em situação de rua na cidade de Porto Alegre, reunindo entrevistas de colaboradores do informativo trimestral sobre os problemas da Capital gaúcha. “É um documentário-vivência sobre o cotidiano da rua no sul do Brasil”, resume Dafol. A partir de amanhã, 5/5, o título fica disponível gratuitamente em plataformas de streaming (YouTube, Vimeo, Sulflix, Bombozilla, entre outras). 

(Foto: Divulgação)

INSCREVA-SE
Seminário: Corpas, Saberes e Territórios
O Sesc Avenida Paulista promove, de 4 a 7/5, em parceria com a UNESP e grupo de estudos Egungun, série de atividades online e gratuitas focadas na temática de corpas, saberes e território. Entre os destaques da programação, está a palestra com Castiel Vitoriano Brasileiro, Rito, Performance e Corporeidade, em que discute as formas das corpas estarem e criarem um território político e poético para existir; outra atração é a mesa com Rejane Coutinho, Criando Territórios para Outros Saberes, sobre maneiras de pensar, criar e acolher processos artísticos, a partir das afro-brasilidades e dos povos originários; no curso Na Encruzilhada das Línguas, ministrado por Moisés Patrício, obras, artistas, movimentos culturais brasileiros e latino-americanos são apresentados a partir da cosmologia africana. Confira a programação completa pelo link.

(Foto: Divulgação)

MAC 22
O Museu de Arte Contemporânea da USP organiza série de encontros que abordam aspectos da Semana de Arte Moderna de 22 a partir de obras de seu acervo. Nos dias 7, 14, 21 e 28/5, às 11h, quatro convidados comparecem aos encontros no auditório do museu, respectivamente: Jorge Coli com mediação de Ana Magalhães; Leticia Squeff com Marta Bogéa; Agnaldo Farias com mediação Felipe Chaimovich e, Ana Paulo Simioni com mediação de Helouise Costa. Entrada gratuita.