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Postado em 25/10/2012 - 6:55
Além da xilo
da redação seLecT

Exposição com obras do clube de gravura do MAM é inaugurada no Museo de la Solidaridad Salvador Allende, no Chile

Clubdelgrabado

Legenda: Sem Título (da série Metros, 2004), gravura de Cildo Meireles (Foto: Divulgação)

Já ouviu falar em clube de gravura? A ideia é genial: um grupo de pessoas paga uma anuidade a um museu, verba que permite a este convidar artistas para produzirem uma obra especialmente concebida para o clube, em geral com tiragem de 100 exemplares, e os colecionadores têm o direito de escolher 5 obras por ano. Uma gravura fica para o acervo do museu e todo mundo sai ganhando.

Dois museus latinoamericanos reúnem suas coleções de gravura em uma exposição para difundir a ideia dos clubes de colecionadores. A mostra Para Além da Xilografia, que será inaugurada hoje à noite no Museo de la Solidaridad Salvador Allende (MSSA), em Santiago do Chile, reúne uma amostra relevante de gravuras realizadas pelos mais importantes artistas do Brasil e do Chile. A exposição é uma parceria entre o clube de colecionadores de gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do nascente clube de colecionadores de gravura do MSSA. 

Se no início de sua fundação, em 1986, apenas participavam das edições do Clube do MAM-SP artistas que possuíam um sólido trabalho como gravadores, aos poucos, principalmente a partir do final da década de 1990, foram convidados também aqueles que faziam uso prioritariamente de outros meios, como a pintura, a escultura, instalações ou objetos. Durante os 26 anos de sua existência, o Clube de Gravura do MAM-SP estimulou a produção de uma série de trabalhos em que a gravura é compreendida como uma noção híbrida e alargada, tendendo no limite para o múltiplo. Percorrendo a exposição, o público poderá conhecer desde trabalhos mais tradicionais até gravuras expandidas realizadas em diferentes técnicas e suportes.

“Os dois clubes têm incentivado uma produção em que o privilégio é dado menos para questões técnicas do que para a discussão sobre as relações entre a arte e o mundo contemporâneo. Sempre apoiando artistas consagrados, mas também apostando em jovens, as duas instituições têm editado gravuras que não apenas investigam seus próprios limites, como refletem e dialogam com questões relevantes do debate atual. Visando fomentar o colecionismo privado e, assim, permitir que um número maior de interessados adquira trabalhos de arte, o MAM-SP e o MSSA buscam incentivar a produção artística e, ao mesmo tempo, ampliar seus acervos com obras representativas da cena contemporânea”, explicam os curadores Cauê Alves e Alexia Tala em texto de divulgação sobre a mostra.