Em clima de celebração e confiança no futuro, após semanas de incerteza sobre os rumos do país, aconteceu ontem, 10/11, o Prêmio Milú Villela – Itaú Cultural 35 anos, no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, em São Paulo. Além de comemorar o aniversário da instituição, o evento homenageia Milú, personalidade dedicada a empreender ações de impacto social nos campos do voluntariado, da educação e da cultura e que esteve à frente da fundação entre 2001 e 2019.
As premiações representam as cinco vocações do Itaú Cultural: aprender, criar, experimentar, inspirar e mobilizar. Os contemplados são, na categoria Aprender, Leda Maria Martins, poeta, ensaísta, dramaturga, mestra e doutora em artes cênicas e Nego Bispo, pensador e líder quilombola; na categoria Criar, a fotógrafa Cláudia Andujar e a atriz Léa Garcia; em Experimentar, a cantora e compositora paraibana Cátia de França e o grupo de teatro gaúcho Ói Nóis Aqui Traveiz; em Inspirar, o gestor cultural Danilo Miranda e a ativista transgênero Neon Cunha; e a artista e pesquisadora de artes cênicas Inaicyra Falcão e o líder indígena Marcos Terena, na categoria Mobilizar. Cada premiado foi contemplado com R$ 150 mil, um troféu e muitos louros.
Homenagear personalidades, coletivos e grupos engajados na atuação cultural e artística no país é o grande objetivo da premiação. “O Brasil tem muitas pessoas no universo cultural cujo trabalho foi e é estruturante”, disse Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, para uma plateia repleta de artistas, agentes culturais e empresários. “Nesse sentido, suas ações são essenciais para impulsionar, multiplicar e dialogar com os muitos brasis. Dedicamos esse prêmio a eles, não somente para jogar luz em seu legado, como também para celebrar suas trajetórias e sobretudo para nos inspirarmos nas suas lutas.”
Conduzida pela jornalista e apresentadora Cris Guterres, a cerimônia foi acompanhada de muita música, poesia e dança, com apresentações e performances de Assucena, do grupo Atrizes Jovens Negras, de Zélia Duncan, do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, da Batucada Tamarindo, da cantora lírica Marly Montoni, entre outros.
O evento ainda demarca os cinco verbos que estruturam as ações do Itaú Cultural. Aprender tem foco nas ações práticas, reflexivas ou investigativas na área de educação, formal e não formal, que abrangem uma mediação com o mundo da arte e da cultura. A premiação na categoria Criar visa artistas-criadores com trajetória de extrema relevância entre 1987 e 2022. Experimentar se dirige a criadores que, com suas pesquisas e reflexões, foram referenciais e/ou impulsionaram transformações de linguagens artísticas e culturais pelo país. Inspiração é para pensadores que transformaram os campos de atuação e/ou de pesquisa e inspiram seguidores até hoje. Mobilizar contempla líderes ou coletivos que realizaram ações mobilizadoras e transformadoras de cenário, provocando alterações, revisões e reflexões.
A seleção dos homenageados foi feita por uma comissão de premiação formada por agentes culturais convidados e integrantes do instituto. Os critérios levaram em consideração a relevância de suas atuações ao longo dos 35 anos de existência da instituição (1987-2022) e o transbordamento de suas áreas específicas.
No ar, o site http://www.miluvillela.org.br/ disponibiliza a trajetória de Milú Villela e informações sobre seu legado e atuação na cultura e na política brasileira.