icon-plus
Postado em 15/02/2013 - 7:34
Arte brasileira no luxo da Louis Vuitton
Nina Gazire

Confira entrevista com a artista Janaina Tschäpe, responsável pelo projeto artístico para loja da Louis Vuitton em Miami. 

Jtb

Foto: cortesia da artista

A artista teuto-brasileira Janaina Tschäpe é responsável pelo novo projeto da vitrine da Louis Vuitton, em Miami. Tschäpe que realizou uma espécie de instalação com papeis e um vídeo em uma espécie de ante-sala da loja realizou a o trabalho a convite do curador francês Marc Pottier, responsável pelos projetos de arte da marca francesa. 

Segundo o texto curatorial que explica o conceito da instalação, a artista trabalhou a maneira como o corpo humano está ligado com o espaço, usando eferências matemáticas ligadas a geometria. Denominada Ocean Within, a obra é feita de dois grandes recortes sobre papel aquarela e um vídeo que ela produzido em janeiro de 2013, no México, criados especialmente para a loja da Louis Vuitton em Miami. Em pausa realizada durante a montagem da vitrine, Tschäpe falou rapidamente sobre o convite da Louis Vuitton e sobre o processo de criação da vitrine:

Inúmeros artistas, como Yayoi Kusama, Vanessa Beecroft e Takeshi Murakami, tiveram a oportunidade de decorar as vitrines da maison francesa. Como aconteceu o convite para você realizar este trabalho?

Em 2010, participei da mostra “Qui est tu Peter?” em Paris, com curadoria do Herve Michaelhov, também curador dos espaços de arte da Louis Vuitton. Marc Portier, também curador francês residente no Rio de Janeiro, com quem já trabalhei em outros projetos, me indicou para o projeto.

Jta

Detalhe da vitrine feita por Janaina Tschäpe. Foto: cortesia da artista

Como foi o seu processo de criação para a vitrine da Louis Vuitton em Miami? Você se inspirou em seus trabalhos anteriores?

Estava trabalhando com papeis anteriormente. Esta e uma coisa que estou desenvolvendo há alguns meses e resolvi fazer um vídeo que expressasse a ideia de decompor uma forma geométrica, como faço com os recortes de papel, porém em suporte audiovisual. Tentei queria criar um ambiente onde o espectador pudesse fazer essa ligação e preencher este espaço entre o vídeo e as caixas de papel , conectando formas e cores. Este lugar não é exatamente uma vitrine, é tipo uma sala de projetos que fica na entrada da loja. Tem uma tela grande para videos. Vão convidar um artista cada seis meses para fazer um vídeo ou uma instalação para o lugar.

Você fará vitrines para outras lojas em outros países ou apenas nos EUA?

Este foi um processo especifico, sou aberta para ideias e colaborações, onde possa expressar meu trabalho. Mas não possuo um interesse especifico em fazer vitrines.

Jt

Detalhe da vitrine feita por Janaina Tschäpe. Foto: cortesia da artista

Falando em processo de criação, qual é a diferença ao criar um trabalho para um espaço expositivo e o da vitrine de uma loja? Como você vê a reação do público diante dessas diferentes realidades?

Como já mencionei, a única coisa que já existia como dispositivo era a TV LCD. Na verdade, este trabalho foi mais como fazer uma mostra em um espaço expositivo do que propriamente uma vitrine. Kusama, por exemplo, foi convidada para fazer um trabalho em colaboração com a marca Vuitton e então criou bolsas, etc, e fez as vitrines. Murakami também. São projetos diferentes. Que também podem ser bem interessantes. Pessoalmente, gosto mais da ideia de usar o espaço para mostrar uma parte do meu trabalho.