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Postado em 11/09/2014 - 7:05
Cores condensadas
Guilherme Kujawski

Olafur Eliasson sugere nova teoria das cores em exposição paralela a de Turner em Londres

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Legenda: Regulus (1828, retrabalhada em 1837), de J. M. W. Turner (foto: cortesia Tate Britain)

A exposição de obras tardias de Joseph Mallord William Turner na Tate Britain, aberta ontem, dia 10 de Setembro, é um daqueles eventos artísticos que empalidecem qualquer outro, seja moderno ou contemporâneo. Sua experiência como pintor topográfico no início de sua carreira aguçou a sua visão para nuances de cor e luz numa escala reservada a poucos mortais. Exemplo cristalino de sua habilidade está estampado em Regulus (1828), uma explosão de luz que faz jus ao tema, a punição do general romano que teve as suas pálpebras extraídas em razão de uma batalha perdida contra os cartagineses.

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Legenda: Colour experiment no. 61 (2014), de Olafur Eliasson (foto: Jens Ziehe)

A exposição auxiliar, com uma nova série de sete obras de Olafur Eliasson, não deixa a desejar quando comprada a principal. Em Turner colour experiments, o artista dinamarquês pintou paletas circulares registrando todas as cores aplicadas em sete obras de Turner. Faz parte de suas pesquisas com frequências nanométricas de cores prismáticas, uma ação cujo objetivo – não singelo! – é propor uma nova teoria das cores, talvez desbancando o próprio Goethe. Os discos como que condensam as paletas de Turner, e em Colour experiment no. 61 podemos quase que enxergar o fenômeno de dispersão da luz que torna o céu azul.