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Postado em 31/10/2012 - 2:17
Cores vivas, voadoras
Angélica de Moraes

Estela Sokol faz individual na Zipper Galeria assinalando nova fase na obra, agora em grandes formato

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Legenda: Escultura da Série Saturno. Granito pintado, 2011. (Foto:Jaime Acioli/divulgação)

O título da exposição é um verso de Alberto Caeiro, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa: “A cor é que tem cor na asa da borboleta”. Um conceito a apontar o melhor da obra de Estela Sokol, que faz dos fenômenos cromáticos a raiz de seu trabalho. Nesta individual, a jovem artista paulistana deixa de lado as fotos de paisagens com insólitas intervenções de cor (que contribuíram para sua visibilidade crescente nos últimos cinco anos) para dedicar-se a pinturas e esculturas de grande formato.

A mudança de registro é assinalada especialmente pelo uso do mármore, material tradicional, que passa a empregar em associação com as chapas de acrílico translúcido e de cores ácidas e vibrantes. A trajetória de Estela Sokol está ancorada nas pesquisas de cor-luz de nomes como James Turrel e Dan Flavin, mas com frescor de propósitos bem nítido nas séries fotográficas ou nos pequeninos protótipos tridimensionais que agora saem das gavetas do ateliê para a execução em escala bem maior. A cor-luz reverbera neles ou se entrelaça às superfícies brancas do mármore, construindo sedutoras flutuações cromáticas tanto no entorno da superfície quanto no seu interior, seja por projeção, sobreposição ou incisão.

Estela Sokol – A Cor É Que Tem Cor na Asa da Borboleta

De 27 de outubro a 24 de novembro
Zipper Galeria

Rua Estados Unidos, 1494, SP

*Publicado originalmente na edição impressa #8.