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Postado em 07/11/2012 - 8:57
Feira para expor o que você bem entender
Nina Gazire

Depois de passar pela seleção de um júri. E de batalhar pela captação em sistema de crowdfunding. Conheça a SOLO

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Legenda: Estande solo do artista Antoine Bouillot em feira satélite à Art Basel, na Suíça

Mais uma feira para São Paulo. E desta vez, uma feira satélite à SP-Arte. Os idealizadores da SOLO Art Fair – a publicitária Liliana Beltran, que foi uma das fundadoras da Dropz Galeria, e o economista Adolfo Melito, fundador do Instituto da Economia Criativa – anunciaram nesta semana em coletiva à imprensa o projeto da feira: alinhada ao escopo da economia criativa e fundamentada em processos colaborativos, a SOLO propõe uma nova forma de relacionamento entre artista e público. Ou seja, eliminando a intermediação da galeria.

Inspirada em projetos solo que integram importantes feiras de arte pelo mundo, como Art Basel e Arco, a SOLO vai selecionar 50 artistas para apresentarem suas obras em 50 estandes individuais na primeira edição do evento, de 3 a 7 de abril de 2013, no Ginásio Mauro Pinheiro, no Ibirapuera. Os organizadores apontam como principal inovação da feira, além do formato solo, o modelo de financiamento. “O crowdfunding aplicado à realização de uma feira de arte é algo inédito no mundo. Esse modelo promove o engajamento do artista, seus admiradores, colecionadores e amantes da arte em geral. O engajamento é emocional pela causa e também pelo sentido de fazer parte de um empreendimento inovador”, defende Beltran.

Os artistas inscreverão as suas obras durante o mês de novembro, os jurados farão a seleção de no mínimo 60 artistas nos primeiros dias de dezembro e o processo de captação se inicia na sequência, por um período de dois meses, na plataforma de crowdfunding Ativa Aí. “O crowdfunding é uma nova forma de encontrar pessoas dispostas e motivadas a ver um projeto em que acreditam se realizar. É a junção de uma boa ideia somada à uma comunidade engajada que pode disseminar amplamente o desejo de se concretizar um projeto em que acredita. Para isso doará valores conforme os benefícios oferecidos ciente de que, se a meta financeira não for alcançada no período pré-determinado, as doações são devolvidas”, explica Melito.

A SOLO só acontece se forem levantados os recursos no montante mínimo de R$ 1,2 milhão, o que significa a captação mínima de R$ 24 mil por artista. Segundo a organização, serão selecionados um mínimo de 60 artistas habilitados a participar do processo de crowdfunding, de modo que apenas os primeiros 50 que alcançarem a meta de captação individual terão seu estande solo na feira, e receberão R$ 4.000 para cobrir os custos de produção. As doações poderão ser individuais ou coletivas. As doações coletivas serão automaticamente rateadas pelo número de participantes do crowdfunding.

Entre as contrapartidas oferecidas ao patrocinadores do projeto, quem “ativar” comprando uma das cotas previstas, estão ingressos para a feira, catálogos, nome no catálogo como patrocinador, convites VIP e até desconto de 50% na aquisição de obras do artista apoiado na feira. Em resposta às inevitáveis perguntas sobre a capacidade de um artista alcançar uma soma tão alta de captação individual, os organizadores responderam que a SOLO tem como objetivo incentivar o profissionalismo e o empreendedorismo no meio de artes visuais, mas disseram também que farão sua parte, divulgando amplamente o projeto e buscando patrocínio coletivo (que diminui o valor individual por artista).