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Postado em 06/03/2015 - 5:30
Fotos exumadas
Guilherme Kujawski

O fotógrafo carioca Guilherme Maranhão inaugura exposição em São Paulo com fotos “tratadas” por fungos

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Legenda: (foto: Divulgação)

Ao invés de pets, os artistas Seung-Hwan Oh e Heba el Aziz criam colônias de bactérias e fungos no fundo de seus ateliês, com a finalidade de que os organismos “tratem” delicadas películas fotográficas, sejam elas produzidas por eles ou por terceiros. Seria quase uma forma de bioarte com foco na pesquisa de biofilmes: formação de matrizes orgânicas sobre superfícies diversas.

Outra técnica menos usual é revelar negativos com prazo de validade vencido, repletos de mofo, e depois imprimi-los em pigmento mineral, visando expor as modificações que os organismos realizaram sobre as imagens ao longo dos anos. E é esse exatamente o mote do último projeto do fotógrafo carioca Guilherme Maranhão.

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Legenda: (foto: Divulgação)

Amanhã, dia 7 de março, ele inaugura a exposição Travessia e lança o livro homônimo na Casa da Imagem/Museu da Cidade de São Paulo. O curador Fausto Chermont selecionou para a mostra 31 dos “biofilmes” que o fotógrafo encontrou por acaso, e que registram a sua trajetória de aprendizado com a mídia em 20 anos de carreira.

As imagens são, em sua aparência imediata, sombrias, mas ao mesmo tempo são exultantes, e como que “agradecem” por terem sido exumadas, retiradas de suas tumbas temporais. Nesse sentido, o projeto de Maranhão é quase arqueológico, como aponta o fotógrafo e professor Ronaldo Entler.

O projeto foi vencedor do Prêmio Marc Ferrez Funarte 2014.

Serviço:

Abertura: 7 de março de 2015, sábado, às 11h

Período expositivo: de 8 de março a 21 de junho de 2015

Horário: Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Onde: Rua Roberto Simonsen, 136 B – Centro, São Paulo – SP