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Postado em 29/04/2014 - 6:32
Histórias ficcionais
Guilherme Kujawski

Exposição no espaço cultural da Louis Vuitton em Munique sugere como os arquivos “reinventam” a história

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Legenda: Capas corporais de Hannelore Mabry fotografadas por Annette Kelm, 2014 (foto: Cortesia da artista / Institut für Zeitgeschichte)

Há poucos dias mencionamos uma individual no Espace Louis Vuitton de Tóquio; desta feita, fazemos outra menção, agora na filial de Munique, Alemanha. Trata-se de No Such Thing As History: Four Collections and One Artist, exposição que reúne, como sugere o enunciado após o sinal de dois pontos, obras de quatro acervos privados estabelecidos na capital da Baviera (ICC, Lorenz/Amandine Cornette de Saint Cyr, Mackert e Wiese) e novas fotografias da artista alemã Annette Kelm.

Os interesses principais de Annette são os desenvolvimentos estilísticos em têxteis estampados e a natureza da representação em arquivos, principalmente a maneira pela qual os dados históricos são interpretados, engendrando, em muitos casos, ficções. O tema de seu novo trabalho é o movimento feminista na Alemanha, mais especificamente as ações de Hannelore Mabry (1930–2013), conhecida por suas indumentárias de protesto, chamadas de “capas corporais”, na verdade lençóis “pichados” com slogans e frases de efeito (todas elas estão arquivadas no Instituto de História Contemporânea de Munique).

A exposição, que tem curadoria de Jens Hoffmann (diretor do centro de cultura judaica de Nova York), apresenta obras de artistas contemporâneos que investigam, entre outros temas, os processos históricos e seus desdobramentos em uma suposta “historicidade”. Além das fotografias de Annette Kelm, a mostra apresenta trabalhos em diversas mídias de artistas como Martin Boyce, Claire Fontaine, Richard Prince, Martha Rosler, Tino Sehgal, John Waters e outros.