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Postado em 10/09/2013 - 9:21
Nos bastidores do novo clipe interativo do Arcade Fire
Giselle Beiguelman

Reflektor é cria da equipe de Arte dos Dados do Google Lab dirigida por Aaron Koblin

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Legenda: Imagem de Reflektor, videoclipe interativo do Arcade Fire

Vincent Morisset, diretor do videoclipe de Reflektor, conta que “não queria transformar o celular em um controle remoto ou um teclado de jogo. Pensei que poderia ser mais interessante se o telefone se tornasse uma fonte de luz. Dar a ilusão de que temos um projetor de vídeo pequeno em nossas mãos, sorrindo imagens na superfície da tela do computador. Havia um desejo de recriar algo que parece analógico e óptico, trazendo de volta o prazer visceral de jogar com uma lanterna, um prisma ou bonecos de sombra.”

Ele conta, também, que estava ruminando essa ideia desde 2011, quando encontrou Aaron Koblin no festival OFFF em Barcelona. Koblin é hoje o Diretor do Data Arts Team do Google Creative Lab. Foi ele o responsável pelo clip anterior do Arcade Fire, The Wilderness Downtown, dirigido por Chris Milk) e é o autor de projetos antológicos, como o Johnny Cash Project, que desenvolve um clipe coletivo em homenagem a Johnny Cash, convidando os participantes a produzir e enviar desenhos do músico via o web site do projeto. Foi ele também o Diretor de Tecnologia do famoso clipe de House of Cards do Radiohead, que renderizava uma série de dados usando laser e 3D.

Não é coincidência que os clipes do Arcade Fire e tenham Koblin no seu expediente… Não é coincidência também que os projetos sejam “Chrome specific”, ou melhor visualizados no Chrome, navegador do Google.

É verdade que com seu Lab, muito embora condicionando as experiências mais interessantes às suas plataformas de visualização, o Google mostra seu lado menos evil, apostando não só em criatividade, mas também na cultura do open source (todos os projetos trazem as bibliotecas e os códigos-fonte para download). Com Koblin no comando de uma inédita equipe de “arte dos dados”, abre-se para toda um novo espectro criativo, que já está reinventando o audiovisual on-line, evidenciando que esse tipo de criação tem novos perfis de ficha técnica, novos players corporativos e novas camadas de produção da imagem.

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