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Postado em 21/11/2011 - 8:37
Nova safra hispânica cai na real
A jovem literatura em espanhol substituiu o viés político e fantástico por narrativas confessionais e realistas
Angélica de Moraes

O recorte é um pouco generoso demais e alguns autores ainda estão no estágio da promessa. Talvez fosse melhor publicá-los quando cumprissem algumas delas. De qualquer modo, Os Melhores Jovens Escritores em Espanhol é coletânea prazerosa e indispensável a quem acompanha a cena literária contemporânea. O critério adotado para reunir os 22 nomes é relevante: autores nascidos a partir de 1975, quando a longa ditadura de Francisco Franco termina na Espanha e, ao mesmo tempo, diversas ditaduras latino-americanas atingem o auge da repressão e provocam a diáspora dos exilados.

Os filhos do exílio ou da retomada da democracia encaram esse contexto como página virada, base sobre a qual tratam de erguer percepção própria, bastante voltada para as narrativas confessionais e realistas. Não por coincidência, viés que também predomina nos roteiros do atual cinema argentino. A Argentina tem o maior número de representantes na publicação e alguns dos inegáveis talentos, como o excelente Oliverio Coelho. Mas também é de lá um dos maiores enganos, Pola Oloixarac, celebridade midiática de enorme indigência de recursos estilísticos.

A revista Granta, famosa por suas coletâneas literárias, organiza para julho de 2012 edição especial com Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros.

Granta 7: Os Melhores Jovens Escritores em Espanhol Editora Alfaguara, 372 págs., R$ 45