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Postado em 29/07/2013 - 3:36
Uma Robin Hood do Software Livre
Mariel Zasso

Programadora anônima “vaza” código da Samsung para a comunidade Software Livre

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Legenda: No GitHub, a libertadora do código comenta “Software Livre para mentes livres!” (Imagens: acima, GitHub/reprodução; no grid Fora do Eixo/FlickR)

Uma estudante e programadora identificada com o nick “rxrz” postou um longo trecho de código de software proprietário no GitHub, uma espécie de “rede social” onde programadores gestionam, documentam e compartilham projetos de software. Segundo a moça, a “liberação” desse trecho de código para a comunidade do software livre é justificada pelo fato de o programa conter trechos de código do kernel Linux, o coração de diversos sistemas operacionais livres. De acordo com a filosofia e as regras do movimento, a Gnu General Public License, o fato de se utilizar um trecho de código licenciado dentro dessas regras “contamina” o código derivado com a mesma licença, ou seja, torna ele livre também.

“Tudo que eu fiz foi dar à comunidade de desenvolvedores open source e aos usuários linux/android um meio de finalmente compartilhar dados entre os principais Sistemas Operacionais sem um impacto excessivo na performance”, ela escreveu no GitHub.

Em uma entrevista por email para Klint Finley and Robert McMIllan, da Wired, rxrz, que por motivos um tanto óbvios não quis revelar sua verdadeira identidade, contou que é uma estudante europeia de 19 anos. O código já está público há cerca de um mês, mas só virou notícia na última semana, quando se espalhou pelos fóruns de discussão Linux.

[Abre parêntese nerd] O código é um driver para exFAT, um sistema de arquivos de memória flash que se tornou um padrão para camêras digitais e passou a ser adotado também pelos fabricantes de smartphones. BlackBerry, Sharp e Samsung licenciaram o uso desse código junto à Microsoft. Ele é compatível com Windows e OSX (o sistema operacional da Apple), o que neste caso significa que os usuários podem simplesmente arrastar e soltar os arquivos para movê-los entre os cartões SD exFAT e seus desktops. Porém, como os custos dessas licenças são excessivamente altos, e os sistemas são proprietários, não há suporte oficial para Linux. Isso significa que em vez de utilizar Android, que tem o Linux como kernel, os fabricantes de smartphones como Samsung e Sharp precisaram licenciar suas tecnologias da Microsoft para depois escrever seus próprios códigos para drivers e adaptá-los ao código de referência da Microsoft.[Fecha parêntese nerd] 

A estudante revelou o segredo para a comunidade Software Livre, facilitando o trabalho dos mantenedores, na maioria das vezes voluntários, dos sistemas operacionais e ferramentas livres. 

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