“(Sergio) Camargo foi um escultor dos limites – da luz, da concentração de elementos, do cruzamento da fronteira entre o interior e o exterior das peças”, certa vez escreveu o crítico e jornalista Antônio Gonçalvez Filho sobre a produção do artista carioca. Criador de famosas esculturas, geralmente brancas, com geometrias abstratas — característica que lhe rendeu comparações com o romeno Constantin Brancusi —, Camargo é tema da exposição Luz e Matéria, que inaugura no dia 3 de março, às 19h, na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.

Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, a mostra que chega à capital gaúcha já havia passado por São Paulo, no Itaú Cultural, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016. Composta por um pouco mais da metade do número de obras da primeira montagem, a exposição apresenta 60 trabalhos oriundos de coleções privadas e do espólio do artista morto em 1990.

Na Fundação, a exposição ocupa dois andares com obras de grande formato e em pequenas dimensões, de torres a relevos, em formas que jogam com a luz e a sombra, esculpidos em mármore carrara branco ou negro belga, datadas entre as décadas de 1960 e 1980. Entre os destaques, está Homenagem à Brancusi, peça que tem uma versão em escala maior na Faculdade de Medicina de Bordeaux, na França, e que teve ainda outra versão exposta na 33ª Bienal de Veneza, em 1966.

Novidade
A instituição gaúcha também é responsável pela publicação e lançamento do catálogo inédito, realizado em parceira com o Itaú Cultural. O livro apresenta registros fotográficos das montagens da exposição em São Paulo e em Porto Alegre, além de trazer textos e imagens sobre a trajetória do artista carioca, incluindo uma reprodução do último ateliê que pertenceu a Camargo, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Serviço
Av. Padre Cacique, 2000, Porto Alegre
De 3 de março a 12 de junho
Das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Tel.: (51) 3247-8000