icon-plus
Texas, Cidade Tiradentes (2021), de Rodrigo Andrade [Foto: Divulgação]
Postado em 05/10/2022 - 2:30
Agenda Para Adiar o Fim do Mundo (5 a 12/10)
Individual de Rodrigo Andrade, parceria entre Juan Araujo e Mauro Restiffe, Burburinho Literário e espetáculos no Sesc Ipiranga estão entre os destaques da semana
Da Redação

Pintura Paisagem, de Rodrigo Andrade
Neste sábado, 8/10, a Almeida & Dale apresenta individual do artista que reúne, pela primeira vez, paisagens pintadas ao longo dos últimos vinte anos. Desde 2001, Andrade retrata regularmente imagens da natureza. Ao longo dos anos, sua pintura de paisagem adquiriu um caráter mais complexo, diversificando técnicas e estilos ao recorrer a outras fontes ou modelos além da observação direta: pinturas de autores antigos ou de amadores, fotografias, imagens da internet e videogames. De modo geral, a pintura de paisagem de Rodrigo Andrade é, por um lado, reflexão sobre a história da pintura, a partir de um dos gêneros mais sensíveis às mudanças das técnicas e dos estilos. Por outro, resgate de uma relação direta com o mundo ao redor, testando as convenções da pintura na vivência e na percepção do espaço. Códigos da representação e experiência do real não vão disjuntos, mas remetem constantemente um ao outro. Curadoria de Lorenzo Mammì.

Propagação de Névoa, de Alice Ricci [Foto: Filipe Berndt/Divulgação]
ABERTURAS
Na Superfície Silenciosa das Formas, de Alice Ricci
Paisagens abstratas que misturam referências do mundo real e de espaços virtuais são o tema da individual, que abre nesta sexta, 7/10, na OMA Galeria. Com curadoria do duo RodriguezRemor, a mostra é uma colaboração com a Galeria Periscópio (MG) e apresenta 20 pinturas inéditas da artista em acrílica e nanquim. Nas telas em exposição, Ricci sobrepõe formas, linhas e planos, retirados de locais pelos quais passou em caminhadas pela cidade de São Paulo e residências artísticas no exterior. Há também referências do mundo virtual, como imagens de satélite e mapas de aplicativos de navegação. Através do encontro entre campos de cor, a artista embaralha geografias e representa locais possíveis, mas que não existem na realidade.

Ligereza y Atrevimiento de Juanito Alpiñani (2022), de Juan Araujo [Foto: Felipe Braga/Divulgação]
A Lua Busca La Sombra, de Juan Araujo e Mauro Restiffe
A Galeria Luisa Strina apresenta o projeto inédito, a partir desta sexta, 7/10, que coloca em diálogo obras dos dois artistas. Resultado de mais de um ano de trabalho em estreita colaboração, a exposição apresenta um conjunto significativo de obras em pintura e fotografia organizadas em núcleos temáticos que conduzem o visitante por uma sequência de momentos e ambientes instalativos, revelando temas e interesses que aproximam as pesquisas de Araujo e Restiffe. O design expográfico é de Martin Corullon, do escritório Metro Arquitetos Associados.

Pintura de Margaret de Castro [Foto: Divulgação]
Gavetas, Cofres, Armários
“Esses objetos são solidários com todos os esconderijos em que o homem, o grande sonhador das fechaduras, encerra ou dissimula os seus segredos. Estes cofres não são suficientemente grandes para conter um mundo de ideias, entretanto, carregam, sempre, um poder mágico”, escreve Mario Camargo sobre a curadoria da mostra coletiva que abre amanhã, 6/10, no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro. Com 13 artistas selecionados, como Alice Gelli, Claudio Montagna, Gabi Gelli, Henrique Kalckmann, Jack Motta, Marina Ribas, entre outros, a mostra reúne obras em técnicas diversas, como costura sobre papel de seda, fotocolagens, fotografia, pintura, instalações e objetos escultóricos, em pequenos e grandes formatos, dividas em três salas do espaço expositivo. Entrada gratuita.

Escultura Suspendida 02 (2017), de Rosario López [Foto: Divulgação]
Tapizar el Paisaje, de Rosario López
Neste sábado, 8/10, a Marli Matsumoto Arte Contemporânea abre nova exposição em seu espaço, localizado no bairro do Pacaembu, em São Paulo. Com curadoria de Alexia Tala, a individual reúne trabalhos recentes e inéditos da artista colombiana, incluindo instalações, fotografias, esculturas e uma intervenção site-specific que ocupa o pátio da galeria. Centrada em dois eixos – a representação do território e suas metamorfoses e a relação entre comunidades sociais e a terra, e a maneira com que os corpos relacionam-se com ela -, a mostra compreende uma pesquisa iniciada por Rosario López em 2017, em torno de questões poéticas e filosóficas sobre o território que habitamos. 

Performance de Fabiana Faleiros [Foto: Ana Pigosso/Divulgação]
Há Boca Virada Para Terra, de Fabiana Faleiros
A nova edição do Performa Paço exibe na próxima terça, 11/10, às 19h, a performance que une música, objetos e instrumentos imaginários, na sede do Paço das Artes, em Higienópolis. Faleiros parte da criação de instrumentos musicais imaginários, feitos com dois ossos em formato de mariposa, para conceber a performance, onde posiciona dois adereços, um em sua cabeça (na esfenóide) e outro abaixo do ventre (na pelvis), buscando uma afinação por meio de canções e objetos em cena. ”Antes do ser humano se mover na terra ereto sobre dois pés, a pélvis e o esfenóide tinham uma conexão horizontal. Quando a relação entre os ossos passa a ser vertical, tudo muda. A desconexão entre eles gera um meme, o memioma, feito de músculos e hormônios”, escreve a artista sobre a pesquisa. Entrada gratuita.

Colo (2022), de Thaís Basílio [Foto: Divulgação]
EM CARTAZ
Arte Como Trabalho: Estratégias de Sobrevivência
Em cartaz no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, a segunda edição do projeto, que visa promover o debate sobre a situação laboral e formas de resistência dos profissionais de arte, em especial os que atuam no campo das artes visuais, reúne obras de 15 artistas que dialogam com o tema do artista como trabalhador e sua sobrevivência: entre elas, estão pinturas, performances, vídeo, fotos e esculturas. Além da exposição, que tem curadoria de Carolina Rodrigues, João Paulo Ovidio, Luana Aguiar e Priscila Medeiros, o projeto também se desdobrará em frentes complementares: ciclo de debates e rodas de conversa com profissionais da área por meio de vídeoconferências; um e-book disponibilizado em plataforma virtual, também disponível gratuitamente ao público; e um programa educativo pensado para atender pelo menos 100 crianças e adolescentes de escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro. 

Divulgação

CINEMA
Lavra, de Lucas Bambozzi 
Hoje, 5/10, às 20h, o Cine Petra Belas Artes realiza sessão gratuita e de pré-estreia do documentário sobre a contaminação de rios e os destroços de vidas após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), o maior crime ambiental do Brasil moderno. O longa, desdobramento de Paisagem Danada, série de vídeos de Bambozzi no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais que, em 2020, foi pauta da seção Em Construção [seLecT#47], acompanha Camila, geógrafa que retorna para sua terra natal depois que o rio de sua cidade foi contaminado pela queda da barragem, provocada por uma mineradora transnacional. Logo após a sessão, Lucas Bambozzi, Saulo França Rosa, Camila Mota e Sônia Guajajara reúnem-se em debate sobre o road movie, abordando questões como pertencimento e identidade na guerra em curso entre capitalismo e a natureza. 

Divulgação

LITERATURA
Burburinho Literário 2022
No sábado, 8/10, das 10h às 20h, o Goethe-Institut São Paulo realiza a quarta edição do festival, evento gratuito de promoção do intercâmbio da literatura de expressão alemã e brasileira. O evento conta com 27 editoras e uma programação de saraus, lançamentos, leituras e debates na sede do Instituto, na rua Lisboa. O convidado internacional desta edição é o escritor e agitador cultural alemão Timo Berger, que vai fazer uma oficina de tradução de poesia nos dias 6, 7 e 8/10, com apresentação dos resultados num sarau no Burburinho. A organização é do escritor Marcelo Lotufo e de Bethe Ferreira, coordenadora do programa de fomento à tradução, eventos literários e projetos digitais do Goethe-Institut São Paulo.  Confira a programação completa pelo link.

Registro de Capô [Foto: Julia Zakia/Divulgação]
TEATRO
Capô
O espetáculo, que estreia hoje, 5/10, no auditório do Sesc Ipiranga, marca a retomada do projeto Teatro Mínimo, após quase três anos de pausa devido à pandemia. A obra surgiu com a pesquisa acerca do livro Teoria King Kong, de Virginie Despentes e, a partir dele, o estudo sobre a história da opressão e holocausto das mulheres – e daí para a história da opressão de um ser sobre outro – foi desenvolvida. Em cena, três mulheres sobreviventes, após a última batalha que destruiu o planeta, encontram-se e partem rumo a uma jornada pelas etapas de reconstrução de novas formas de humanidade. Todos os elementos constituintes do trabalho, sonoridade, cenografia, figurino e iluminação, compõem a dramaturgia, criando uma união desses itens em cena. A direção de arte é de Laura Vinci. Simultaneamente, o Sesc também apresenta Tríptico A Morte da Estrela, espetáculo que estreia sexta-feira, 7/10, e convida o público a uma imersão em aspectos múltiplos do tema central da obra: a falência dos grandes sistemas e dos modos de convivência dominantes, traduzidos no questionamento da persona social da “estrela”. R$30,00.