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Da esquerda para a direita: Maria Silva, biarritzzz, João Victor Guimarães e Douglas Estevam
Postado em 27/05/2024 - 7:56
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Coluna Móvel publicada em celeste #1 - Arte e Informação

A edição número 1 da celeste é também a versão impressa de frutos da primeira residência artístico-editorial arte celeste, na qual contamos com a participação de biarritzzz, João Victor Guimarães e da dupla, representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Maria Silva e Douglas Estevam. Ao longo de três meses, os projetos iniciais de cada residente se desenvolveram, se transformaram e se misturaram pela intensa troca e aprendizagem comunal que se estabeleceu entre a redação e os participantes. Os encontros, sempre por videoconferência, porque cada um vive num canto diferente do Brasil, versaram sobre #arte_e_informação, tema geral do primeiro semestre de trabalhos aqui na redação, com palestras, estudos de caso e discussão apaixonada sobre as pesquisas dos residentes. Não por acaso, os projetos convergiram para densas reflexões críticas acerca dos usos da imagem na construção de discursos ideológicos que permeiam a arte, a cultura e a comunicação no presente.

A artista biarritzzz decidiu debruçar-se sobre a monumentalização de Chico Science e o movimento manguebit, assim mesmo, com “bit” no lugar de “beat” [leia o ensaio de biarritzzz publicado na celeste #1], no Recife, onde ela vive e trabalha. O crítico e curador João Victor Guimarães, de Salvador, realizou um estudo em três atos sobre o sequestro das cenas e gestos de culto do dia 2 de fevereiro por fotógrafos-etnógrafos que expedicionam pela festa de Yemanjá sacando fotos que desrespeitam e, no limite, negam a liberdade das pessoas e culturas retratadas. “Limites precisam ser impostos à branquitude”, reflete o autor [leia o artigo de Guimarães publicado na celeste #1]. João e Bia fizeram uma empreitada conjunta na residência, que foi o filme Yemanjá Hackeada, um diálogo entre os dois sobre as histórias das invasões do Brasil. Já a dupla de educador e comunicadora do MST realizou um filme que desvenda a perversidade da estética do agronegócio, contrapondo a ela o convívio ético e a produção sustentável dos moradores do Acampamento Marielle Vive [veja o ensaio visual com o making off do filme de Douglas Estevam e Maria Silva publicado na celeste #1], em Valinhos, São Paulo.