Um disco e cinco pinturas a laser, três bolas de futebol e 26 monitores formam o objeto Sfera/Punto eletrônico (1990-1992), do sul-coreano Nam June Paik. Pioneiro na incorporação da tecnologia e da interatividade no universo da arte e integrante do Fluxus, o artista, que morreu em 2006, ganha retrospectiva no Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro).
Apresentando 15 obras, a exposição mostra a produção artística tardia de Paik, quando videoinstalação, performance, obras sonoras e pinturas se integraram aos trabalhos satelitares – transmissões televisivas via satélite com imagens mixadas e modificadas em tempo real pelo artista – e aos robôs, que ironicamente eram chamados de esculturas. “São obras compostas por objetos de tecnologia ultrapassada – rádios e televisores antigos, por exemplo”, explica o curador da mostra, o italiano Marco Pierini.
As primeiras experiências com satélites de Paik tiveram lugar por meio de transmissões ao vivo, na Documenta de Kassel de 1977, junto com Joseph Buys e Douglas David. Sua relação com as novas tecnologias era tal que Paik participou do primeiro projeto de comunicação global por satélite: Good Morning, Mr. Orwell, uma transmissão intercontinental ao vivo pela televisão, em 1984.
Além disso, a exposição sugere a relação de Paik com a música, ele se formou em História da Arte e da Música, com trabalhos como Maria Callas – uma combinação de monitores de televisão e objetos de uso cotidiano, como ferros. A escultura antropomórfica representava sua admiração pela ópera italiana. “A ópera representa aquilo que procuro na arte eletrônica, no sentido de conseguir alcançar aquele grau de sucesso performático que a melhor ópera consegue alcançar”, disse o artista.
Serviço
Nam June Paik
Oi Futuro Flamengo
R. Dois de Dezembro, 63 – Rio de Janeiro
Até 27/8
www.oifuturo.org.br/cultura/oi-futuro-flamengo/