“A Pinacoteca tinha uma estrutura administrativa dividida em três diretorias. É uma gestão compartilhada, à qual sempre fui muito crítico. O conselho administrativo propôs uma nova estrutura. Mas foi tudo conversado, não houve briga”, declara o ex-diretor.
A nova estrutura prevê que o cargo de Diretor Técnico, antes ocupado por Mesquita em posição de igualdade com as outras duas diretorias, tenha agora um papel de coordenação geral, ao qual o financeiro e o institucional estão subordinados. Daí, passa a ser denominado Diretor Superintendente.
Independentemente das razões pelas quais deixou o cargo, Mesquita não sai imediatamente, fazendo até fevereiro do ano que vem a transição com Tadeu Chiarelli, que comandará a diretoria reformulada. Cumpre ainda obrigações contratuais que o mantêm ligado ao museu até dezembro de 2015, quando estreia sua curadoria de uma das grandes mostras da programação vindoura.
“Vou continuar tocando um projeto lá, a curadoria da exposição da coleção Helga de Alvear”, diz, referindo-se ao acervo pessoal de uma das mais importantes colecionadoras e galeristas da Espanha, com mais de 2,5 mil obras do mundo todo.
Sua longa permanência na administração da Pinacoteca, primeiro como braço direito do ex-Diretor Técnico, Marcelo Araújo, que deixou o cargo para assumir a Secretaria de Estado da Cultura, e depois na Direção, também é apontada por ele como causa de desgaste. “Estou no museu há 12 anos, chega uma hora que você tem que passar adiante as coisas.”
Segundo nota oficial , a única razão pela qual Mesquita deixa o cargo é para dedicar-se a projetos pessoais. Cortes no orçamento não seriam do conhecimento da assessoria de imprensa da instituição, “ainda que o orçamento esteja sempre em pauta”.