icon-plus
Vendedor de Sonhos na Praia da Piatã (1980), de Walter Firmo (Foto: Walter Firmo/ Acervo IMS)
Postado em 27/04/2022 - 4:25
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (27/4 a 4/5)
Aberturas de exposições e dicas literárias recheiam a agenda da semana
Da Redação

ABERTURAS
Walter Firmo: no Verbo do Silêncio a Síntese do Grito
A partir deste sábado, 30/4, o IMS Paulista abre mostra retrospectiva do fotógrafo carioca que dedica sua produção ao registro da população e cultura afrodescendente no Brasil. Entre dois andares do centro cultural, dividem-se 266 fotografias produzidas entre 1950 e 2021, com retratos icônicos de artistas como Pixinguinha e Clementina de Jesus, entre outros destaques. ”Selecionamos imagens de diversas regiões do Brasil, com registros de ritos, festas populares e cenas cotidianas. O conjunto destaca a poética de Firmo, associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas”, escreve Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS e curador da mostra junto de Janaina Damaceno Gomes, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). No dia da abertura, às 11h, o artista e os curadores se reúnem para um debate no cineteatro do IMS Paulista.

Grey Pink Mind (2021), de Janaina Tschäpe (Foto: Divulgação)

FIRE just Sparkles in the Sky, de Janaina Tschäpe
Com oito pinturas inéditas, a individual, em cartaz na Carpintaria a partir deste sábado, 30/4, marca uma nova direção na obra da artista alemã radicada no Brasil, que incorpora o uso do bastão de óleo para amplificar suas possibilidades gestuais e o vigor de suas composições. ”Tschäpe conjuga diferentes propriedades para construir um corpo pictórico singular que pende entre o etéreo e o palpável. O óleo ostenta a capacidade de produzir tangibilidade sobre aquilo que inscreve, a caseína manifesta a transparência e o percurso dos gestos, além de tornar a experiência da cor mais diluída, de aspecto um tanto lavado”, escreve Pollyana Quintella no ensaio crítico. No Aquário, espaço frontal da galeria dedicado a novas vozes do circuito, no mesmo dia, Carla Santana inaugura mostra de obras em papel em que trabalha a partir da mistura de barro com pigmentos naturais extraídos da terra.

3a Genealogia de Sophia (2021), de Nelson Felix (Foto: Divulgação/Bruno Leão)

Carta de Amor, de Nelson Felix
A pesquisa sobre composição e cosmografia culminou na individual do artista carioca na Galeria Millan, em cartaz a partir de amanhã, 28/4. A exposição é dividida em dois núcleos, onde Felix apresenta uma instalação de título homônimo à mostra, que consiste em peças de mármore de Carrara, cabos de aço e um elemento vegetal (rosa), e também duas novas esculturas – uma delas, de grande escala – e dois desenhos. Juntam-se a essas obras uma seleção de trabalhos de outros quatro artistas representados pela pela Millan, selecionados pelo próprio Nelson Felix para compor a exposição: Mira Schendel, Artur Barrio, Paulo Pasta e David Almeida.

Filtro (2021), de Waltercio Caldas (Foto: Divulgação/Jaime Acioli)

O Estado das Coisas, de Waltercio Caldas
“As obras de arte devem desempenhar inesperadas possibilidades diante do espectador. Uma experiência inaugural”, afirma o artista. A individual na Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo, apresenta trabalhos que propõem uma experiência nova ao observador, com 20 peças inéditas, entre esculturas, objetos, pinturas e desenhos. O conjunto trata da linguagem do tempo real e contrasta diretamente com o apelo publicitário dos espetáculos e dos realismos virtuais. A partir de 30/4.

Obra de Fabiañá Préti (Foto: Divulgação)

Arestas, de Fabiañá Préti
O Massapê Projetos inaugura neste sábado, 30/4, a mostra solo da artista paulistana, que exibe cinco pinturas de grandes dimensões em que mescla a sua conhecida estrutura em grids (perfeitamente executado à mão livre) a formas espessas, que conferem volume ao campo à primeira vista “abstrato” de suas telas. “Escolher a linguagem abstrata é uma atitude política. Qual o partido das formas que oscilam entre a racionalidade ortogonal e a gestualidade barroca nas obras de Préti? Os dois conjuntos de repertório pictórico estão sendo operados por ela como intersecção, diferença ou união? E, talvez, a pergunta mais importante aqui seja: é necessário resolver essa equação?”, pergunta-se Juliana Monachesi no texto crítico que acompanha a mostra. No mesmo dia, o espaço independente em Santa Cecília, SP, inaugura também Ao Redor, individual da artista mineira Sofia Lotti, com curadoria de Raquel de Sá.

América Latina (1977), de Anna Bella Geiger (Foto: Divulgação/Jaime Acioli)

EM CARTAZ
Entre os Vetores do Mundo, de Anna Bella Geiger
A exposição panorâmica, na Danielian Galeria, tem curadoria de Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto e reúne 50 obras da artista carioca, criadas entre 1960 e 2022. A mostra apresenta peças das séries Rrolos; RroseSelavy; e Burocracia; as aquarelas e gravuras conhecidas como Viscerais, dos anos 1960, fotografias e cartões-postais dos anos 1970, como O Pão Nosso de Cada Dia (1978) e Brasil Nativo/Brasil Alienígena (1976/1977). O grande destaque da mostra é a remontagem da histórica videoinstalação Circa (2006), em que Geiger recria no espaço as ruínas de um sítio arqueológico. A exposição também pode ser vista por um tour virtual em 3D, disponível no site no link. Até 21/5.

Afetocolagens, de Silvana Mendes (Foto: Divulgação)

Preamar
A exposição coletiva apresenta obras de diferentes artistas, como Ceramistas de Itamatatiua, Cláudio Costa, Gê Viana, Genilson Guajajara, Ingrid Barros, Romana Maria, Thiago Fonseca, Thiago Martins de Melo, Tieta Macau, entre outros, criando relações espontâneas e ressonâncias que revelam, com linguagens, técnicas e suportes distintos, a potência dos trabalhos produzidos a partir de imersões em temas locais maranhenses. Com curadoria de Samantha Moreira, Frederico Silva, Yuri Logrado e Marco Lima, a mostra acontece em três espaços de exposição, pesquisa e formação em São Luís e Alcântara: a coletiva está em cartaz no Chão SLZ e na Lima Galeria, e as residências artísticas ocorrem na Casa do Sereio (Alcântara). 

Capa da primeiro edição da Zum-Zum, gravura de Luiz Lira

LITERATURA
Zum-Zum
Está no ar a primeira edição da revista de educação antirracista do Vera. Com edição de Rodrigo Ratier, a revista registra a riqueza do Projeto de Educação Antirracista da Escola e do Instituto Vera Cruz e traz reflexões sobre os temas mais importantes pelo olhar de quem pesquisa, aprende e luta pelo letramento racial. Leia, gratuitamente, a edição completa pelo link.

Capa de Diário das Frutas com pinturas de Tereza Costa Rego (Foto: Divulgação)

Diário das Frutas
O conjunto de crônicas sobre frutas nordestinas e sua sensualidade, escritas há mais de 10 anos pelo crítico e antropólogo Bruno Albertim, resultam na publicação do livro, com lançamento hoje, 27/4, às 18h, na Livraria Patuscada. A edição é publicada com a parceria do editor Raimundo Carreiro e da pintora Tereza Costa Rego que, posteriormente, organizaram uma mostra a partir do Diário das Frutas de Albertim, no Centro Cultural dos Correios do Recife. Editoria Primata. R$ 40.

(Foto: Divulgação)

1ª Ocupação Literária na Biblioteca Monteiro Lobato
Representatividade, inclusão e acessibilidade na literatura ilustrada são os temas que norteiam a primeira edição do projeto idealizado pela publisher Luana Vignon, com programação de 30/4 a 21/5. O evento oferece mesas de conversa, oficinas, rodas de leitura, lançamentos e apresentações musicais para discutir a forma que existe hoje de leitura para pessoas com condições atípicas, como cegos, de baixa visão, no espectro autista e disléxicos. Com entrada gratuita, a Ocupação acontece aos sábados, a partir das 14h, na parte interna da biblioteca e arredores da praça Rotary. O projeto é uma realização da editora Miolo Mole em parceria com a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, Eureka Digital, Mergulho literário, Projeto Lendo na Praça, Shiu Produções e Tanta Tinta. Confira a programação completa pelo link. 

Encontro Residência Pesquisa em Artes do MAM Rio (Foto: Divulgação/Fabio Souza)

INSCREVA-SE
Programa de Residências MAM Rio 2022
No dia 2/5, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro abre inscrições para a terceira edição de seu programa de residências. São elas: Germinadora, residência voltada a estudantes de 16 a 18 anos, das redes pública e privada; e Incluir, projeto direcionado a pessoas com deficiência e interesse em pensar metodologias de inclusão e políticas de acessibilidade para a instituição. Ao longo do ano, outras chamadas serão abertas com oportunidades para professores, artistas, pesquisadores e curadores. O Programa de Residências do museu carioca oferece bolsas remuneradas de até R$ 5 mil por residente e é pautado por reflexões acerca das mudanças de perspectivas imagéticas e sociais no mundo contemporâneo, e a edição de 2022 visa a troca de saberes e a renovação do pensamento crítico da instituição.

Support (2019), de Lorenzo Quinn, na 58a Bienal de Veneza (Foto: Divulgação)

Viagem de estudos para 15a Documenta de Kassel e 59a Bienal de Veneza
Últimas vagas para a viagem de estudos com a curadora, crítica de arte e coordenadora da Zait, Daniela Labra. O objetivo é estimular o conhecimento artístico e histórico em uma experiência de lazer criativo e consciente. O roteiro às exposições na Alemanha e na Itália é complementado por curso online introdutório sobre as exposições e o roteiro de viagem; conteúdos artísticos e históricos selecionados; encontro com artistas e educadores participantes da Documenta; visita guiada aos pavilhões e exposições colaterais em Veneza; e visitas a outras instituições. De 15 a 25/6. Matrículas e mais informações via zaitcursos@gmail.com