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Detalhe de obra de Adriano Amaral [Foto: Tânia Ralston]
Postado em 31/08/2022 - 11:39
Agenda Para Adiar o Fim do Mundo (31/8 a 7/9) 
Itinerância da 34ª Bienal, em Fortaleza, Flávio de Carvalho Experimental, Caixa de Pandora e muito mais na agenda da semana
Da Redação

ABERTURAS
Lagoa de Dentro, de Adriano Amaral
A Galeria Jaqueline Martins abre, neste sábado, 3/9, a primeira individual do artista desde sua residência na Holanda, pela Mondrian Fonds, em 2020. Com uma abordagem laboratorial em relação à natureza dos materiais, Amaral realiza instalações imersivas nas quais elementos naturais e sintéticos se fundem, formando objetos híbridos que tematizam tecnologia e ecologia. As obras inéditas apresentadas na individual são resultado de um processo de investigação material e filosófica incorporando o debate de um dos temas mais urgentes de nossa contemporaneidade, o orgânico e o inorgânico, o animado e o inanimado, o pós-humano, e como nos transformamos nesse confronto.

Jungjin Lee [Foto: Divulgação]
Itinerância da 34ª Bienal – Faz Escuro mas Eu Canto
Fortaleza recebe a partir de terça, 6/9, a exposição itinerante da Bienal de São Paulo, no Espaço Cultural Unifor. Para 2022, as mostras que viajam pelo Brasil foram concebidas a partir dos enunciados que organizavam a exposição de 2021 no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, objetos ou elementos imateriais com histórias marcantes ao redor dos quais obras e artistas são reunidos, estimulando leituras a partir de narrativas e não de formulações conceituais fechadas. Na capital cearense, a exposição é organizada a partir de três enunciados: Cantos Tikmũ’ũn, A imagem gravada de Coatlicue e Hiroshima mon amour de Alain Resnais, e terá trabalhos dos seguintes artistas: Alice Shintani, Daiara Tukano, E.B. Itso, Frida Orupabo, Gala Porras-Kim, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Jungjin Lee, Melvin Moti e Victor Anicet. “Essa mostra simboliza a diversidade de vozes e reafirma o lugar da arte como ponto de encontro e de diálogo”, ressalta a presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha. Até 4/12.

A Cangaceira (1953), de Flávio de Carvalho [Foto: Divulgação]
EM CARTAZ
Flávio de Carvalho Experimental
Realizada em razão das reflexões acerca de ambas as efemérides de 22, a mostra, no Sesc Pompeia, revisita a produção do artista modernista e traça um panorama das suas contribuições no período de transição entre as vanguardas do século 20. Dividida em quatro núcleos – Arquitetura, Teatro, Experiências (que exploraram aspectos relativos à performance, moda e religiosidade) e Retratos –, a curadoria de Kiki Mazzuchelli e Pollyana Quintella reúne documentações e 52 obras históricas de Carvalho, concebidas de 1930 a 1973, além de contar com 18 trabalhos de dez artistas e dois coletivos cuja produção emergiu já no século 21. Para construir esse diálogo entre o passado e o presente estão: arquivo mangue | camila mota y cafira zoé, Ana Mazzei, Antônio Tarsis, Cibelle Cavalli Bastos, Cristiano Lenhardt, Crochê de Vilão, Engel Leonardo, Guerreiro do Divino Amor, Maxwell Alexandre, Panmela Castro, Pedro França e Teatro Oficina. Entrada gratuita. Até 29/1/2023.

Vestida Negro II (2022), de Tadáskía [Foto: Opoente Filmes]
Quimera que Paira
A sétima edição do programa Caixa de Pandora, realizada em colaboração com a Sé Galeria, apresenta obras inéditas das artistas convidadas Rebecca Sharp e Tadáskía. O projeto, com curadoria de Germano Dushá, parte da figura da Quimera, pintada e esculpida desde a Antiguidade de incontáveis maneiras, sobre a qual se narram diversas lendas e se tecem infinitas leituras, remixada à exaustão, provoca e propõe uma incógnita fatal, um golpe esfíngico com muitas bocas para devorar. Desde 2018, o projeto traz artistas contemporâneos para dialogar com a Coleção Ivani e Jorge Yunes, que reúne obras de arte desde o século II A.C até os anos 1970. Visitação mediante agendamento via caixa@kuraarte.com.br. Até 16/12.

Outdoor de Antonio Oba, em Salvador

Horizontes Moventes
O M.A.P.A. – Modos de Ação para Propagar Arte, projeto criando durante a pandemia da Covid-19 com a intenção de promover uma reflexão sobre o momento sociopolítico e econômico do país, realiza a 2ª edição da mostra itinerante em outdoors pelas 27 capitais do Brasil, levando obras de diferentes artistas (um por capital) para serem expostas ao ar livre. “A proposta de tomar a cidade como espaço para exercícios imaginativos decorre da urgência de priorizar uma brasilidade afetiva, sonora, lírica e desejosa da possibilidade de construção de novas lógicas, de novas relações humanas, por meio de outras formas de embates e de visualidades”, escreve a curadora Patricia Wagner. Entre os artistas estão Ana Lira, Anna Bella Geiger, Ayrson Heráclito, Carmela Gross, Gustavo Caboco, Jonathas Andrade, Rafael Bqueer, Valter Hugo Mãe, Yhuri Cruz, entre outros. A mostra é dividida em 4 ciclos, começando em 6 cidades, exibidas em conjunto durante 14 dias, até completar o total de 27 cidades. Simultaneamente à exibição nos outdoors, as obras também serão incorporadas à plataforma virtual do projeto que pode ser acessado para mais informações.

Beaubourg IV (1985), de Armando Sendin [Foto: Divulgação]
Monográficas 4, de Armando Sendin
A exposição, na Galeria de Arte André, faz uma retrospectiva do artista, com mais de 50 obras, entre pinturas, desenhos, tridimensionais e esboços, além de catálogos e livros que documentam a sua trajetória. Entre as pinturas, destaca-se Beaubourg IV (1985), tendo integrado a mostra André, 60 – Da Academia ao Virtual, grande retrospectiva comemorativa das seis décadas da Galeria André, hoje já com 63 anos de atuação em São Paulo. A relação de Sendin com a galeria vem de longa data, tendo apresentações individuais em 1985, 1988 e em 1995. A organização e texto crítico são de Mario Gioia. Até 24/9.

Vista de CELESTE, na Gomide&Co [Foto: Divulgação]
ÚLTIMAS SEMANAS
CELESTE, de Luiza Crosman
Até 10/9, a mostra da artista propõe ocupar o espaço da nova sede da Gomide&Co para estabelecer uma relação entre o caráter processual de seu trabalho e a gênese de um ambiente que encontra-se em trânsito. O uso do espaço ainda em obras proporciona uma liberdade de organização dos próprios limites da galeria. Desse modo, Crosman investe sobre uma experiência disruptiva do local, ocupando de forma expansiva e organizada o espaço, com diferentes séries de trabalhos. A individual cria uma ambientação a partir de diversas materialidades e visualidades, subvertendo a informação tradicional ao redistribuir esse vocabulário visual em um reservatório de gestos e processos. 

Sixty-Eight [Foto: Rafael Salvador/Divulgação]
DANÇA
Balé da Cidade
A partir desta sexta-feira, 2/9, a companhia de dança apresenta coreografias inéditas a partir de composições de John Cage e Schubert, unindo experimentalismo e mistério em oito apresentações no palco do Theatro Municipal, em São Paulo, com execução ao vivo da Orquestra Sinfônica Municipal. Alejandro Ahmed, conhecido por seu trabalho à frente da Cena 11 Cia. de Dança, apresenta uma coreografia que desafia espectadores – e bailarinos – ao interpretarem a música Sixty-Eight, de John Cage, enquanto o inglês Ihsan Rustem encena um trabalho de mistérios e poesia para a Sinfonia Inacabada, de Schubert. Duas obras separadas em pelo menos um século desde que foram executadas pela primeira vez e que serão regidas pelo maestro Alessandro Sangiorgi. R$ 10,00 a R$ 80,00. 

Divulgação

NÃO PERCA
A Metamorfose da Plantas
Emanuele Coccia e Anderson Santos se juntam no último encontro do ciclo de conversas da mostra Botannica Tirannica, de Giselle Beiguelman, no Museu Judaico, nesta sexta, 2/9. Com mediação da curadora Ilana Feldman, o bate-papo começa às 11h e traz reflexões sobre botânica, jardins, colonialismo, nomes, vida e metamorfoses. No mesmo dia, é lançado o catálogo da exposição, que reúne imagens das obras, textos de Feldman e de Beiguelman, além de uma compilação das plantas pesquisadas e referências. Com design gráfico de Maria Cau Levy, o catálogo documenta e expande a experiência da mostra. Entrada gratuita.